Uma polêmica futebolística e judicial, que já completou 26 anos, ganha, nesta terça-feira (1º), a partir das 14h, mais uma prorrogação, que pode gerar um “apito” final. Quem seria, afinal, o campeão brasileiro de 1987? A pergunta que colocou em campos opostos Sport (PE) e Flamengo (RJ) durante todos esses anos deve continuar a ser respondida pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na verdade, uma espécie de disputa nos pênaltis que não tem hora para acabar.
O tema foi abordado em sessão do STJ no dia 3 de dezembro do ano passado, quando o ministro Sidinei Beneti pediu vista para analisar recurso do Flamengo contra o Sport. Assim, o julgamento do caso foi adiado. Segundo o processo, o Flamengo quer ser considerado oficialmente campeão brasileiro daquele ano, juntamente com o Sport, que quer continuar sendo reconhecido como único campeão. A relatora, ministra Nancy Andrighi, votou preliminarmente para reconhecer inadequação da medida tomada pelo Sport e extinção do processo.
Entenda o caso
Na versão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 1987, o título sairia de um quadrangular entre os campeões do módulo verde e do módulo amarelo. Os primeiros colocados do módulo verde (Flamengo e Internacional) recusaram-se a jogar contra Sport e Guarani (os primeiros do módulo amarelo). O time de Recife venceu o de Campinas e, a partir daí, tomou para si o título. Na verdade, o imbróglio começou quando, naquele ano, a CBF havia desistido de organizar o Campeonato Brasileiro. Diante da decisão, foi criado o Clube dos 13, que reuniu times para organizar um torneio nacional, com 16 equipes, a Copa União. Depois, a Confederação voltou atrás e propôs que mais equipes fossem incluídas no campeonato, que passou a ser dividido em dois módulos: verde, que reuniu as 16 principais equipes do país, e amarelo, que tinha outros 16 clubes. Com a competição já em andamento, uma nova regra foi apresentada. O campeão e o vice de cada módulo deveriam se enfrentar num quadrangular final. A partir de então, a discussão não teve mais fim.
Fonte: EBC