Mal na tabela, o Flamengo vai se apegar ao Maracanã e ao apoio da torcida para reagir no Campeonato Brasileiro. Ao contrário de 2013, quando virou as costas para o Rio e foi atrás de dinheiro em Brasília, a diretoria percebeu que o estádio é uma carta na manga, principalmente quando não há perspectiva de reforços de peso a curto prazo. Com isso, após o recesso da Copa, o time só sairá de seus domínios em dois jogos, no máximo.
— A gente tem que ter equilíbrio entre a parte técnica e a financeira. O Flamengo, estando bem no campeonato como a gente espera que vai estar, tem que saber dosar. Não vamos ficar jogando fora os nossos mandos de campo. Se a gente quiser chegar a algum lugar, o Maracanã, com o apoio do torcedor, é fundamental. Então, jogo fora vai ser exceção, porque a regra é jogar no Rio — disse o vice de futebol Wallim Vasconcellos.
O primeiro jogo no Maracanã pelo Brasileiro será no domingo, contra o Palmeiras. Depois, serão mais duas partidas seguidas no estádio: contra o Fluminense, dia 11; e contra o São Paulo, dia 18. Este último jogo chegou a estar cotado para a Arena das Dunas, em Natal-RN.
Mas, antes da Copa, o time ainda viajará pelo país. O confronto com o Bahia, dia 21, será na Arena Pantanal, em Cuiabá. E, como o Maracanã será entregue ao COL no dia 22, o duelo com o Figueirense (29), será em Uberlândia-MG. A diretoria já conversou com o elenco para informar que, depois da Copa do Mundo, os jogos como mandante fora de casa serão raros.
— Eu já conversei com os jogadores: Isso não vai ser uma regra, vai ser uma exceção. E se no segundo semestre tiver uns dois jogos que o cara me diga “olha, te garanto uma renda líquida de dois milhões” e logisticamente for possível, nós vamos jogar. E os jogadores sabem disso — afirmou Wallim, acrescentando que o clube não utilizará toda a cota de dez jogos longe do Maracanã, permitida no contrato com o consórcio que administra o estádio.
Se a diretoria voltou atrás na decisão de jogar fora do Rio, o mesmo não se pode dizer em relação à política de preços de ingressos. Diante da arrecadação de R$ 48 milhões com bilheteria em 2013 (aumento de quase R$ 40 milhões em relação ao ano anterior), a tendência é que o torcedor sem condições de pagar mais caro continue fora do Maracanã.
— Concordo que o torcedor médio não possa pagar R$ 100, R$ 50 para todo jogo. Porque tem jogo demais. Não deveria ter jogo quarta e domingo. Deveria ter só domingo e eventualmente uma Copa na quarta. Isso ajudaria bastante. Mas não há só um motivo. Não é só estar caro. Se fosse aquele time do Flamengo de 1981 o ingresso não estaria caro. Estaria barato, porque era um timaço. Mas é também consequência de calendário e de outras coisas que você precisa consertar — disse.
Fonte: Extra Globo