Gaciba analisa as polêmicas das finais em Minas, Rio e São Paulo.

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Aqueles que visitam este espaço já leram que considero que jogos eliminatórios tão difíceis que podem valer por uma temporada de pontos corridos em um único lance, um único segundo. Pois 3 das 4 principais finais dos principais campeonatos estaduais brasileiros (escaparam os Gaúchos) que terminaram ontem comprovam a tese.
PAULISTA
O pênalti que deu a vitória no tempo normal para o Santos sobre o Ituano foi irregular. A infração marcada foi correta mas, na origem da jogada; Cícero, atacante do Santos que sofreu o pênalti estava em posição de impedimento. Quando Damião “erra” o chute pegando mal na bola e batendo a mesma para o lado, Cícero volta e sofre a penalidade. Quanto a penalidade, vale lembrar que o fato de Alemão tocar levemente a bola não dá ao mesmo a permissão de após isso calçar o adversário. Não estamos falando de futebol de mesa (o famoso botão) onde após tocar a bolinha o jogador está liberado de derrubar a defesa inteira adversária. Para esclarecer, fazemos uma comparação com aquela jogada onde o atleta tira a bola e segue o movimento com a perna atingindo o adversário com a sola da chuteira. Todos entendem este lance como falta, portanto, o pênalti existiu caso não fosse o erro de origem na jogada.Veja o lance:
No campo: Fazendo um trabalho de dedução e usando a experiência de algum tempo nos gramados, o “erro” de Damião matou o assistente. Quando a bola sobra para o atacante de frente para o gol todos esperavam um chute forte contra a meta adversária e quando o mesmo falha de forma imprevisível o assistente não consegue “tirar a foto” do momento exato do passe. Jogada com alto grau de dificuldade. Ensinamento: Espere o inesperado. O futebol é imprevisível.
MINEIRO
Próximo do término da partida, um lançamento transformou-se em polêmica. Contato entre Dedé e Jô, o árbitro apita forte e vê o assistente erguer a bandeira. Como no jogo de São Paulo, ao marcar o impedimento o assistente anulou o resto da jogada e por consequência da disputa entre Jô e Dedé. As imagens mostram (observem a meia branca do defensor do Cruzeiro) que não houve o impedimento, portanto erro da arbitragem. Na sequência a infração com as mãos de Dedé agarrando Jô é clara, já o calço é de mais difícil visualização mas creio que existiu.
 
No campo: A mudança da regra 11 (há alguns anos) que definiu que qualquer parte do corpo (exceto mãos e braços) habilitam atletas aumentou sensivelmente o grau de dificuldade na marcação dos assistentes. A visualização mais simples para quem está na beira do gramado é o tronco do atleta. Colocar os pés e pernas como referência foi “um tiro no pé” da arbitragem. Com imagem parada (para nós analistas e para o público em geral) é infinitamente mais fácil. A sinalização de impedimento foi bem feita com a bandeira erguida sem tremular, mas, os dois passos dados ao centro do campo foram desnecessários. Isso significa na “língua dos bandeiras” que foi falta e essa foi fora da área e ele não estava marcando falta. O segundo tempo de seu movimento apontando o centro do campo prova isso. A sinalização confundiu o central que chegou a marcar o local da cobrança da falta fora da área com spray. Ensinamento: Os treinamentos devem ser intensificados para “acostumar” o olho a utilizar como referência pés e pernas. Meiões como referência podem ajudar mas esqueçam acertos de 100%. O olho humano, comprovado em pesquisas científicas,  não possui condições de detectar tantos detalhes em uma fração de décimos de segundo (momento do lançamento). Explique isso para um torcedor…
CARIOCA
Um erro decisivo nos acréscimos trocou a taça de mãos. Os acertos anteriores (pênalti marcado e amarelo aplicado ao defensor Vascaíno que faz uma falta no primeiro tempo) dissiparam-se no ar. Assim é a arbitragem. No momento do cabeceio Marcio Araújo está adiantado em relação ao penúltimo defensor Vascaíno e ganha vantagem da sua posição para fazer o gol. Impedimento claro.
No campo: Com a mudança da regra do jogo, se Nixon fizesse este gol, a jogada seria legal. O fato de Marcio Araujo ter corrido para a bola não caracterizaria seu impedimento. Pode ter havido esta dúvida no momento para o assistente. A lei que mudou no ano passado diz que Marcio só deve ser punido por impedimento se disputar a bola com um adversário, atrapalhar claramente o campo de visão ou participar efetivamente do jogo tocando na bola (o que ocorreu). Ensinamento: Se esta dúvida existiu, o erro foi não utilizar o sistema de comunicação! A orientação nestes casos é, em caso de dúvida, NÃO CORRER PARA O MEIO. Este simples ato informa a dúvida ao central. O correto seria perguntar no microfone “quem fez o gol?” Existia um adicional posicionado a três metros da jogada que poderia acabar com a dúvida. Lembro que toda decisão técnica pode, E DEVE, ser modificada até a bola entrar em jogo novemente.
OBS: Como são muitos comentários e infelizmente não posso responder a todos pessoalmente, a respeito do que é mais dito que Marcio Araujo está “disputando” a bola com o goleiro, façamos um exercício! Tire Marcio Araujo da jogada! A ação do goleiro do Vasco seria diferente? Creio que não! Ele se jogaria na bola da mesma forma para impedir o gol de Nixon!
Fonte: Blog do Gaciba
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