Faltavam pouco mais de 24h para a decisão do Estadual, quando Jayme recebeu a vista da mulher Claudia, no hotel que serve de concentração para o Flamengo. Preocupada com um possível desânimo após a eliminação da Libertadores, ela ouviu do marido algo que a encorajou e motivou todos que rodeiam o técnico rubro-negro. ‘Não fica triste. Nós vamos ser campeões’. A frase foi o reflexo de uma sensação que Jayme alimentou durante toda a final.
— Não sei explicar a razão, mas sempre acreditei que iríamos ganhar. Pelo trabalho que foi feito, eu tinha certeza de que o título seria nosso. Só não imaginei que seria tão sofrido — lembrou o técnico, que ontem recebeu ligações de Joubert, seu ex-técnico, além de Zico, Júnior e Vanderlei Luxemburgo.
Os dias que sucederam a eliminação da Libertadores mexeram com Jayme. Mas em momento algum tiraram do treinador a confiança. Campeão mais uma vez em apenas oito meses no comando do time, ele acredita que as pessoas ainda não entenderam que sua consciência tranquila vale mais do que qualquer crítica ou cobrança.
— Pichar o muro, colocando o meu nome e sem se identificar, é mesquinharia, coisa baixa, leviandade e não me atinge, não me intimida. Não fiquei preocupado, fiquei mais forte — assegura.
Jayme não sabe quanto tempo mais ficará no comando do time. Aliás, ele faz questão de frisar que isso nunca o preocupou. Quando assumiu em meio à crise pela saída de Mano Menezes, ele sabia que a cobrança seria maior e reconhece que o único momento de pressão aconteceu com a eliminação da Libertadores.
O que o treinador não se cansa de lembrar é que não mudará sua forma de agir e que seu passado rubro-negro foi a melhor escola para aprender a lidar com problemas.
— Conheço o Flamengo há muito tempo, sei como é o clube. Nunca me iludi nas vitórias, não posso me abater nas derrotas. É claro que aceito críticas, mas tenho a consciência tranquila. Quando não me quiserem mais, vou sair sabendo que fiz o meu trabalho da melhor forma possível.
Fonte: Extra Globo