Léo Moura, artilheiro moral do Cariocão 2014.

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Nem fiquei catando em tudo quanto é canto. Pode ser que esteja sendo cego/injusto e o assunto já tenha sido abordado aqui mesmo na minha confortável casa, o Falando de Flamengo. Contudo, por relaxamento, excesso de informações no nosso universo cyber, esclerose do tio ou outro motivo qualquer, ainda não li nada sobre o melhor lance do polêmico Flamengo e Vasco do último domingo.
O Carioqueta foi tão fraco que durou dos trinta do segundo tempo do seu derradeiro jogo até o bendito (e amaldiçoado pela arcoirisada) toque do Márcio Araújo para o fundo da rede cruzmaltina.
E foi mais fraco que isso o campeonato. Tanto que pro Tio aqui o principal lance, e que há de ficar marcado na memória para todo o sempre, Flamém, aconteceu fora das quatro linhas.
Wallace cabeceia rondinelicamente, a bola explode na trave. O goleiro do Vasco fica desorientado e apenas acompanha com o olhar enquanto a bola quica, ainda sem querer entrar, e encontra o empurrão final dado por Márcio Araújo e Nixon em uma quase parceria.
Desaba a zaga do Vasco, desaba na arquibancada a esperança do fim do pesadelo, desaba o pobre coitado do Rodrigo, zagueiro de palavras abusadas e que talvez atrapalhasse a cabeçada do Wallace, dando contornos finais em preto e branco para a edição de 2014 do Carioqueta.
Nada disso é o mais importante. O melhor mesmo foi a comemoração do Léo Moura.
Já vi muitas e muitas vezes o lance.
Exclamei: “que foda isso” nas primeiras três ou quatro vezes. Fiquei com choro preso na garganta outras tantas vezes. Confesso que cá estou me emocionando outra vez enquanto escrevo isso.
Após a tradicional-nova-tradição padrão FIFA do repaginado Maracanã, aquele literal abraço na galera, Léo Moura olha pra câmera e a convida em gesto imperativo para que se aproxime.
Câmera-mundo bem próxima, olhos nos olhos com a Nação do outro lado, e também com os antis onipresentes na outra extremidade do elo tecnológico. Léo Moura aponta pro escudo e tenta explicar para o mundo como e porque o filme aparecia com um final tão repentinamente diverso do que aparentava até aquele momento.
Aquilo ali é coisa de torcedor. “Isso aqui… isso aqui é FLAMENGO!!!”, exclama nosso capitão, enquanto aponta orgulhoso para o escudo no peito.
Fui a todos os jogos do Flamengo no Carioqueta, coisa que não recomendo pra ninguém. O motivo pelo qual cometi mais uma vez essa atrocidade para com a minha paciência, cabe certinho naquele pequeno e imenso gesto-aula-explicação do Léo Moura.
Isso aqui… Isso aqui é FLAMENGO.
Se você ainda não prestou atenção nesse lance ímpar de uma comemoração visceral que destoa de tantas outras ensaiadas e até coreografadas, o tio aqui recomenda sem ressalvas.
Leonardo Moura, artilheiro moral do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de 2014.  Revogam-se os scouts e disposições em contrário.
Fonte: Falando de Flamengo
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