Maurício Prado lembra gol irregular do Vasco e lamenta frase de Felipe.

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O gol ilegal de Márcio Araújo, garantindo ao Flamengo o título carioca, aos 46 minutos do segundo tempo, foi a cereja podre do bolo solado, intragável, servido nesse campeonato estadual, deplorável sob todos os aspectos. Pra fechar a conta, houve ainda a infeliz declaração do goleiro Felipe (ao saber do impedimento), dizendo, com deboche, que “roubado é mais gostoso”. Edificante!
É claro que, com o caneco na mão, boa parte da torcida do Flamengo não ligou pra nada isso. Vibrou, sim, com a trigésima terceira conquista do torneio, que coloca o rubro-negro duas à frente do Fluminense, com trinta e uma. Além disso, o torcedor do Mais Querido adorou fazer de seu tradicional rival da Colina o vice pela sexta vez consecutiva: as decisões anteriores, entre ambos, aconteceram nos estaduais de 1999, 2000, 2001 e 2004 e na Copa do Brasil de 2006.
Mas gozações e comemorações à parte, não se deve deixar de registar uma verdade cristalina: o jogo de domingo passado, no Maracanã, foi lamentável, como espetáculo. Os 15 minutos finais do torneio (como bem destacou Fernando Calazans) foram, de fato, emocionantes, dramáticos. Mas em termos técnicos, nem um mísero segundo escapou.
Quem assistiu, pela manhã, ao sensacional duelo entre Liverpool e Manchester City sabe disso. O que jogamos na terra do Rubinho não tem mais nada a ver com o futebol arte que um dia praticamos. O que se tem visto por aqui é um triste arremedo do “velho e violento esporte bretão”.
O que dá pra rir, dá pra chorar
Herói do título, por ter marcado o gol salvador, Márcio Araújo poderia ter se tornado o vilão rubro-negro, caso o seu impedimento tivesse sido notado pelo bandeirinha. Isso porque Nixon, que estava em posição legal e chegou na bola com ele, fatalmente, marcaria. Se o tivesse feito, não haveria discussão pois, graças a uma mudança recente na regra, o fato de Araújo estar adiantado e também ter corrido no lance não o invalidaria:
— Com a alteração feita, jogador em posição de impedimento só torna a jogada ilegal se disputar a bola com o rival ou atrapalhar claramente a visão do adversário, por exemplo, o goleiro. Como nada disso aconteceu, o assistente esperou até o último instante e errou ao achar que o toque tinha sido do Nixon — explicou-me o ex-juiz Leonardo Gaciba.
Em tempo: a jogada foi toda muito rápida. Se a transmissão não tivesse tantas câmeras e variados ângulos, não se teria identificado com precisão o autor do gol e, talvez, nem mesmo o impedimento.
Exatamente como aconteceu na primeira partida da final, na falta de obstrução que Éverton Costa faz no goleiro Felipe, no lance do gol de cabeça de Rodrigo, e só se vê claramente no replay de trás do gol.
Sem engano
É sabido que os estaduais (especialmente o daqui) são tremendos “Me engana que eu gosto”. A pífia campanha do Flamengo na Libertadores expôs de forma clara as enormes limitações do atual elenco rubro-negro. Se não tiver bons reforços, o time de Jayme de Almeida vai brigar pra não cair no Brasileiro. E não adianta contratar gente como Carlos Eduardo, Erazo, Elano, Val, Bruninho, Feijão etc.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado
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