Conversei com ele uma só vez. Ano passado, no estádio Pacaembu, antes de um jogo. Muito gentil, me chamou pelo nome, agradeceu o convite da ESPN para o programa Bola da Vez, que gravou posteriormente, e nos despedimos.
Esquisito quando alguém que você cresce vendo e ouvindo te chama pelo nome. Acho que não vou me acostumar jamais. Foi um dos poucos caras na imprensa esportiva que, quando apertei a mão, senti algo diferente. Algo como um respeito maior.
Não, ele já não era mais o mesmo. E nenhum de nós será porque é impossível derrotar o tempo. Só arrogantes, jactanciosos, mesquinhos não vêem isso. Mas quem ousaria dizer que não foi um dos grandes? Com o microfone, narrando, e fazendo, por exemplo, o vôlei virar esporte nacional.
O cara fez a TV esportiva fechada dentro da televisão aberta com o Show do Esporte. O futebol internacional começou a ser visto por nós dentro da programação que ele idealizou. E além disso Luciano do Valle narrou muito. Eu sei porque ouvi.
Ouvi, vibrei e sofri, como em 1982, quando o Brasil perdeu para a Itália e ficamos, todos, sem chão. Agora, não há palavras…
Fonte: Blog do Mauro Cezar Pereira