O que a diretoria do Flamengo fez com Jayme de Almeida é um absurdo, uma vergonha. Nem vou entrar no mérito da demissão em si, prática já arraigada há séculos no nosso futebol: técnico brasileiro sabe que vive de resultados. Imediatos. Mas respeito pelo ser humano é o mínimo que se espera. Ainda mais de dirigentes que chegaram pregando novos tempos, ética e profissionalismo total.
A notícia da troca de Jayme por Ney Franco foi dada, em primeira mão, pelo blog do colunista Ancelmo Góis, às 10h36m, de ontem, no GLOBO. Até as 15hs, procurado por jornalistas de vários órgãos de imprensa, o técnico não sabia de nada e se mostrava perplexo. Custava a diretoria tê-lo comunicado antes? Por que não foi avisado ao menos quando a notícia vazou? Onde estavam o vice de futebol Walim Vasconcelos e o presidente Eduardo Bandeira de Mello? O que faziam enquanto o circo pegava fogo? Não há justificativas nem atenuantes plausíveis. A demissão só foi confirmada, através de nota oficial, após as 17hs!
Se as finanças do clube estão sendo bem administradas, o futebol é um caos assustador. Já são quatro treinadores em menos de um ano e meio (Dorival, Jorginho, Mano e Jayme). Some-se a isso a penca de jogadores medíocres contratados desde o início de 2013 (Elias, o único que fazia a diferença foi embora!) e se tem a dimensão das trapalhadas.
O título (ocasional) da Copa do Brasil acabou se tornando uma propaganda enganosa de um comando profundamente incompetente. Dentro desse quadro, o técnico (apesar dos erros cometidos esse ano) era o menos culpado. Com o elenco chinfrim formado na Gávea, nem Pep Guardiola se cria.
Paulo Pelaipe, assim como Jayme, também foi demitido ontem. Só falta Walim pedir o boné, admitindo, com grandeza, que não sabe nada do mundo da bola e atrapalha mais do que ajuda.
Muito melhor
O Fluminense sobrou no Fla-Flu. E deveria ter sobrado também no Estadual, pois tem um elenco infinitamente superior ao dos outros grandes cariocas. Nenhum deles possui em seus times craques como Fred e Conca. E tampouco ótimos jogadores como Rafael Sóbis, Wagner, Jean e Diego Cavalieri.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado