Depois da quarta partida sob o comando do novo técnico, espero que as pessoas que comandam o Flamengo ou até mesmo os torcedores mais afoitos entendam que não há tática de jogo que supere a técnica num jogo de futebol. Não há craque que funcione num time que os jogadores não tem orientação tática. O Flamengo não tem craques, mas enquanto continuar um bando em campo, o time não vai melhorar. E vai ser sufoco em cima de sufoco.
Não acredito que o Jayme e agora o Ney Franco não saibam armar um time taticamente. Aliás, eu via orientação tática no time do Jayme, mas não vejo no time do Ney Franco. Já imaginou se fosse o Jayme que colocasse um jogador no intervalo e o tirasse 29 minutos depois?
A grande verdade é que, como na vida, os ciclos se repetem no Flamengo. Com a luz de alerta acesa depois a eliminação ridícula da Libertadores e com o planejamento em cheque, o Flamengo tratou de mudar o comando de futebol no meio de um campeonato, de uma forma esdrúxula. Usou como parâmetro o “antes tarde do que nunca”, deixou o futebol sem comando por não sei quantos dias e trocou o técnico de um time que, nos últimos seis meses, foi campeão três vezes (sim, eu considero Taça Guanabara como título!).
Porém, dentro de campo, o problema do Flamengo continua sendo o mesmo de outrora. Não há gente dentro do clube com coragem de tirar de campo quem anda se arrastando. Não há gente com coragem para peitar medalhão que acha que joga mais do que realmente vem jogando. Já falei sobre isso neste mesmo blog, num outro momento, com outro técnico, em outra situação (a vida é um ciclo, se lembra?). Enquanto o jogador se escalar pela panela, pela influência no grupo, pela política, pelo que fez e não pelo que faz, o Flamengo continuará sufocado. Não há jogador em péssima fase, fora de forma, que tire time de futebol do sufoco.
Não é possível que não haja senso crítico ao departamento de futebol em sua totalidade e incluo aí o tal conselho diretor do Flamengo que não avalie que um time que entra em campo com Léo Moura, André Santos, Elano, Luiz Antonio, Márcio Araujo, Amaral não pode render o que se espera do Flamengo. Parece simples e é! Agora, cadê a coragem para endireitar o caminho do futebol? Cadê a coragem para colocar o capitão para falar sobre o time, cobrar do profissional responsável o porque do péssimo preparo físico do André Santos e do Elano, saber porque o Amaral não consegue obedecer orientação tática ou aonde o Luiz Antonio está com a cabeça quando entra em campo? Cadê o torcedor de arquibancada que muitos diretores dizem que são/eram para perceber que o sufoco no Flamengo não pode continuar. E vai ter sufoco até o fim se esperarem esses jogadores começarem a jogar futebol. NÃO VÃO JOGAR.
O que vi contra o Figueirense foi um show de horrores assim como foi contra o Santos. Não se iludam com a pressão no fim do jogo. Aquilo ali foi em cima do lanterna do campeonato. E, ainda assim, o Flamengo não conseguiu a vitória. Contra o Santos, foi contra o time sub 17. Contra o Bahia, foi sem 9 titulares. O Flamengo não conseguiu os TRES PONTOS em nenhuma situação. Entenderam o grau do sufoco ou tenho que desenhar?
Bondes se arrastando em campo, técnico perdido que não barra que não rende, diretoria que não dá peça para treinador trabalhar e torcida que perdeu a paciência. Poderia estar falando do Flamengo de Márcio Braga, de Helinho, de Patricia Amorim. Mas estou falando do Flamengo atual, que insiste nos mesmos erros no futebol do passado.
O sufoco só vai passar com o trabalho. E talvez, desta vez, o ínicio do trabalho comece de fora do campo, com a limpeza no elenco e chegada de novos jogadores, do que dentro de campo.
#ReageMengão
e contratação/manuteção de bondes que se arrastam em campo
Se eu contar para uma pessoa que viveu o Flamengo como grande parte das pessoas que lêem esse blog o que anda acontecendo, ela poderá se confundir com os períodos e achar que estamos em 2004, 2005.
Fonte: Primeiro Penta