Depois de uma pequena novela, o Conselho Deliberativo do Flamengo coloca em votação nesta quinta-feira, às 19h30m, na Gávea, os demonstrativos financeiros relativos ao exercício de 2013. A decisão deveria ter acontecido no dia 29 de abril, mas acabou adiada a pedido de alguns conselheiros, alegando falta de tempo para analisar os pareceres do Conselho Fiscal. A diretoria encara a votação como determinante para o futuro do clube. Tanto que enviou e-mail para os sócios alertando sobre a importância da aprovação dos demonstrativos, que incluem ainda retificações nos balanços de 2011 e 2012.
Em comunicado exposto também para os sócios na portaria principal da Gávea, o Conselho Diretor chama a atenção para urgência da reunião e enumera pontos que considera determinantes para o futuro saudável do clube. De acordo com o texto, uma reprovação implicaria em uma dívida de R$ 60 milhões, já que há risco de se perder a isenção de pagamento de impostos, e levanta a possibilidade de ter retirada até mesmo as tão badalas certidões negativas de débito (CNDs).
Apesar do tom alarmista, o presidente Eduardo Bandeira de Mello se mostrou confiante em receber o aval da maioria dos conselheiros. Ressaltando a importância do tema, o mandatário deixou claro que a reprovação não causa perdas imediatas ao clube, mas coloca em risco benefícios conquistados ao longo do primeiro um ano e meio de gestão.
– Existe uma interpretação de que a não aprovação possa gerar uma situação desconfortável para aprovação dos projetos do Flamengo para obtenção de incentivos fiscais, recurso do setor público.. Tudo isso que conseguimos a duras penas com as certidões negativas. Acho que não devemos correr esse risco. Afinal de contas, as demonstrações financeiras estão aí, auditadas e publicadas desde 22 de abril. Não vejo o que levaria o conselheiro do Flamengo a não aprovar. Não há nenhuma razão técnica para que não seja aprovado, mas o Conselho Deliberativo é soberano.
Presidente do Conselho Deliberativo, Delair Dumbrosk acredita que a reunião transcorrerá sem maiores problemas. Ele justificou ainda o adiamento da votação, que a princípio aconteceria nove dias atrás.
– Não é minha função examinar, mas não vi nada que merecesse observações maiores, como foi no caso anterior, não teve qualquer representação de informação na secretaria. Esse adiamento foi uma solicitação dos conselheiros que não tiveram acesso aos documentos – comentou.
Uma das preocupações da diretoria é alinhar o clube à Lei Pelé. Para receber verbas federais destinadas aos esportes olímpicos, divididas entre os clubes formadores, é preciso enquadrar o seu estatuto e estar com os balanços em dia.
– Foi por isso que houve essa preocupação da diretoria. Para se habilitar a esses incentivos fiscais, o clube precisa aprovar as contas em um determinado prazo. Ela não quer que seja mais adiado – comentou Delair.
A votação começa às 19h30 (de Brasília) na sede do clube, na Gávea. É única pauta da reunião do Conselho Deliberativo nesta quinta-feira.
Fonte: GE