Você, leitor virtual assíduo do Falando de Flamengo, não costuma encontrar muitas colunas minhas com análises táticas e técnicas sobre o esquadrão rubro-negro. Costumo falar da política, da torcida, dos ídolos, mas, raramente, dou meus pitacos sobre como acho que o time deve entrar em campo. Porém, a coluna de hoje foge à regra.
Não faço parte do grupo de torcedores que desejam a saída de Jayme de Almeida do comando técnico do Flamengo. Muito pelo contrário. Acho o Jayme um cara competente, calmo e com uma relação custo-benefício difícil de encontrar no mercado. Todas essas características, no entanto, não o impede de cometer erros. Nem mais nem menos erros que os “professores” badalados pela imprensa. Mas erros que podem (e devem) ser revistos para que o time volte a ter uma consistência que, mesmo sem brilho intenso, nos passou uma segurança maior em 2013.
O ponto principal é a manutenção de uma espinha dorsal e um esquema de jogo permanentes. O objetivo é criar certo entrosamento e gerar um conhecimento rotineiro das funções táticas que cada jogador deve desempenhar. A minha sugestão é um 4-3-3, que se transforma em um 4-5-1 quando o time é atacado. A formação, com as peças que possuímos, seria a seguinte: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos; Cáceres, Luiz Antonio e Lucas Mugni; Everton, Paulinho e Hernane.
A idéia é explorar as melhores características de cada jogador. Paulinho e Everton, que se destacam pela velocidade, fariam as pontas (onde sabem jogar) e cobririam as laterais, pois, convenhamos, André Santos e Léo Moura não possuem mais tanto gás. Cáceres e Luis Antonio fariam a proteção à zaga, aparecendo na frente em algumas oportunidades para aproveitar as bolas aéreas (Cáceres) e os chutes de longa distancia (Luiz Antonio). Mugni jogaria mais centralizado, sendo o meia que mais se aproximaria do trio de ataque.
O Marcio Araujo, apesar de não comprometer, tem sido bastante burocrático e o time fica pouco criativo com 3 volantes e 2 laterais que não estão no auge da forma física. Além disso, justificando minha escolha, acho que se deva ter um pouco mais de paciência com o argentino Mugni que, claramente, oscila boas e más atuações, como qualquer jogador ainda em formação e não adaptado. Afinal, tivemos um ano de paciência com jogador mais caro e menos produtivo.
A verdade é que não podemos ter tanto medo de perder. No último domingo, logo nos primeiros minutos e em uma bola parada, um time com quatro defensores e 3 e ½ volantes (eu sei que o Andre Santos não é um grande marcador) tomou um gol por falha de marcação. Mas pior que isso é olhar para os nossos jogadores em campo e não enxergar possibilidade de virada, não ter esperanças que possamos pressionar e reverter o resultado.
Fonte: Falando de Flamengo