A sexta-feira começou com um post no blog da jornalista do jornal Extra, do Rio de Janeiro, Marluci Martins, falando da conta de água do Flamengo. Dias antes, ela já tinha falado do valor da conta de telefone. Alás, ela gosta de falar do Flamengo: dos últimos 6 posts, 4 falam dele.
O Flamengo, no fim do dia, respondeu aos dois posts e a jornalista, indignada, respondeu a nota oficial do Flamengo.
Independente do que ache de jornalista esportivo (?) que publica nota de faturamento de conta fixa de clube de três, quatro meses atrás, pelo tom da resposta da Marluci, é nítido que ela sentiu o golpe. E acusou.
Jornalistas estiveram, durante muito tempo, acostumados a publicarem e não terem resposta. A opinião era em via única. Com o passar do tempo, como a via deixou de ser única e passaram a ser confrontados (seja através de nota oficial de clube, seja com opinião de torcedor em rede social), demonstram que, além de não estarem preparados para a resposta ao que publicam, não andam se preocupando com as consequências do que publicam.
Vivemos a Era da ação e reação. Não dá mais para publicar qualquer coisa que seja (e não estou falando só desse caso específico), que saia do senso comum e que não se pense no porque disso estar sendo publicado.
O fim da nota do Flamengo, quando fala “A quem interessa este tipo de ação danosa ao Clube de Regatas do Flamengo? Esta é a pergunta que gostaríamos que fosse respondida.”, é justíssima, numa semana que o Flamengo foi massacrado pela imprensa e por seus próprios torcedores. Não tem, nem se fosse uma foca azul, defender a direção do Flamengo na demissão do Jayme. Demoraram a agir, foram deselegantes, arrebentaram com a credibilidade que lutam tanto para conquistar e deram combustível para a oposição ficar de bla bla bla por aí.
É nesse bla bla bla, que é alimentado por notícias dessa como a Marluci publicou que me faz pensar: a quem interessa a notícia que o Flamengo gasta sei lá quantos mil numa conta de telefone de quatro meses atrás? A quem interessa, numa semana que o Flamengo ferve interna e externamente, o aparecimento dessas contas. E desculpa quem critica a jornalista por isso: se não fosse ela, seria outro qualquer. Ou você tem a ilusão que ela seria a única a publicar uma coisa que gerou um buzzzzz danado?
Poucos jornalistas sabem lidar com a resposta do que escrevem. Quantos jornalistas esportivos já tiveram conta no Twitter e deletaram? Quantos já não perderam a linha por causa de comentários debochados (e não estou defendendo fakes que ofendem, só estou fazendo uma reflexão)?
Acho sensacional que a diretoria do Flamengo, seja ela qual for, em qualquer tempo que for, comece a responder com coerência todos os jornalistas/blogueiros que levantem qualquer fato sobre a instituição, ainda mais se for mentiroso. É uma forma de preservar a imagem do clube, que é sempre tão massacrada como foi no “caso Jayme”.
Que essa lei da “ação e reação” tenha vida longa no Flamengo!
Fonte: Primeiro Penta