Comparem os ataques de Fluminense e Flamengo. Do lado tricolor, os quatro homens mais ofensivos são Conca, Wagner, Rafael Sóbis e Fred. Pelo rubro-negro, Luiz Antônio, Paulinho, Mugni e Alecsandro. A conclusão é simples. Hoje, nada mais natural do que este Fluminense bater este Flamengo.
Então, cabem algumas perguntas. Por que o Fla-Flu deste domingo, no Maracanã, demorou tanto a ser decidido? Por que, em boa parte do segundo tempo, o jogo se concentrou tanto no campo de defesa do Fluminense, dando a impressão de que o Flamengo poderia empatar?
As respostas passam por um jogo que exibiu com fidelidade as realidades dos rivais. A qualidade técnica decidiu o clássico. E, neste aspecto, é nítido que o Fluminense é superior. Em condições normais, já teria mais time. Só que a diferença se acentua num momento em que o Flamengo sofre com desfalques. Aliás, sofre com algo além dos desfalques. Sofre com um time taticamente confuso, carente na criação e que, vira e mexe, aposta mais na correria do que na qualidade.
Mas o que ainda falta a este time tricolor? Acima de tudo, velocidade. Em especial quando precisa contra-atacar. Cristóvão teve o mérito de construir um time compacto, de tirar o melhor da boa qualidade técnica que tem em sua formação titular. Um time especialmente bom quando consegue jogar no campo do adversário. Quando se vê pressionado, quando o rival ocupa o seu campo, o Fluminense ainda sofre. Porque lhe falta o contra-ataque, o homem veloz, o responsável pelo desafogo.
E durante o segundo tempo, o Flamengo conseguiu ocupar o campo de ataque. Não tinha a qualidade tricolor. Se empatasse o jogo, o faria num lance ocasional. Mas é sempre perigoso ver a bola rondando sua área.
Aí entrou Chiquinho. Um talento? Nem tanto. Entrou um corredor, alguém com vitalidade para explorar os generosos espaços que se ofereciam. O bastante para o Fluminense matar o jogo, decidir um Fla-Flu que acabou sendo mais disputado do que a diferença de qualidade técnica entre os times fazia prever.
O Fluminense é forte no ataque, melhorou na defesa, mas ainda carregará um ponto de interrogação quando olhar para seu futuro no Brasileiro. Cristóvão economiza nas substituições. Em parte, por característica. Em parte, por claramente enxergar que tem uma reposição modesta. E elenco farto, numa longa corrida de 38 rodadas, faz falta.
Mas enquanto o futuro não vem, o tricolor saboreia uma justa vitória. E a certeza de que tem um time muito mais confiável do que aquele que sofreu em 2013.
Fonte: Blog do Mansur