O Flamengo merece sinceros parabéns, tanto pela transparência de suas demonstrações financeiras quanto pela gentileza de vir esclarecer que a folha salarial de 2013, depois de descontada a inflação, os custos de amortização, a gestão do programa de ST, as despesas com o Maracanã, etc, é, na verdade, R$ 1 milhão menor do que a de 2011. Portanto, a versão oficial do clube é de que ao invés de um aumento de 66% teria havido uma economia ao redor de 0,5%.
Quero pontuar que o texto original em momento algum disse que a “folha” de 2013 seria maior do que a de 2011, mas sim os gastos totais do departamento (“Aliás, não custa lembrar que “despesas do futebol” não são apenas as remunerações dos atletas, mas sim tudo que o departamento consome”). Ora, esse fato desperta curiosidade, uma vez que o ano de 2011 ficou marcado como um ano de grandes investimentos no futebol, ao passo que o de 2013 como um ano de contenção de despesas – e a frieza dos números desmistificou essas crenças.
Aliás, o texto não pretendia fazer qualquer análise das finanças do clube, mas apenas parametrizar os gastos do futebol em comparação com o passado do próprio Flamengo e também com outros clubes da Série A, que supostamente possuem um investimento bem maior, como Atlético MG, Cruzeiro e Grêmio.
Para tanto, os dados foram simplesmente copiados de um estudo elaborado pelo consultor Amir Somoggi, divulgado há vários dias e onde a evolução desses gastos está explicitada em uma tabela. O clube em momento algum contestou esses dados – ao contrário, exaltou a parte que destacava sua liderança na arrecadação quando expurgados direitos econômicos. Se os dados estavam incorretos ou análise estava incompleta, o problema está na fonte original, a qual, aliás, não mereceu qualquer reparo até agora.
Cabe ainda acrescentar que o objetivo maior do artigo foi justamente suscitar um debate, de bom nível, acerca das escolhas do clube. Não há dúvidas de que o clube optou pela seriedade financeira, pela transparência e pela responsabilidade fiscal. No entanto, os gastos do departamento de futebol nem de longe revelam um time econômico. É, na verdade, um dos mais caros do país. E essa impressão não estava bem compreendida por uma parcela da torcida, que acreditava estar diante de um time barato. Agora já sabemos todos que não é bem assim.
Agradeço ao Flamengo a atenção de prestar esses esclarecimentos – como também disse no texto, devia haver explicação e passamos a conhecê-las.
Mas o veredito final não muda: os R$ 180 milhões que são os gastos (e não a folha) de 2013 foram mesmo bem superiores aos de 2011 e ocupam a 4º posição entre os clubes da Série A – no máximo, depois de muita tortura, os números confessaram terem ficado cerca de R$ 1 milhão mais enxutos.
Fonte: Magia Rubro-Negra