Tá difícil entender a leitura de jogo dos treinadores do Flamengo esse ano. Sai Jayme, entra Ney e o principal problema persiste. O time não tem ligação entre defesa e ataque, o que existe é um buraco no meio-campo, perdendo esse setor para qualquer adversário. A única solução pra esse problema é ter ao menos um meia-armador, aquele jogador que atua centralizado e consegue jogar de cabeça em pé e pensar um pouco o jogo, ao invés de apenas correr.
Os únicos jogadores no elenco com essa característica são o Lucas Mugni e o Matheus, sendo que o primeiro já mostrou qualidade e condições de ser titular, embora ainda esteja oscilando. Oscilação essa que é mais do que natural por estar vindo de outro futebol e ainda ser novo. E afinal de contas, que jogador não tem oscilado nesse time do Flamengo?!
Ontem tivemos mais uma péssima atuação pra nossa conta esse ano e, obstante a maneira como o placar foi construído, acho que saímos no lucro com o empate, tamanha a desorganização e ineficiência do nosso time. Não conseguimos nos impor contra um Bahia todo desfalcado, mesmo jogando em casa, e finalizamos míseras e vergonhosas três vezes ao gol adversário durante os 90 minutos.
As alterações do Ney Franco foram um capitulo a parte. No 2º tempo, vencendo a partida e precisando mais do que nunca termos a posse de bola e jogarmos compactados, o Ney deixou o time com 3 volantes de contenção e três atacantes, acentuando a lacuna no meio-campo que já se apresentava desde o início pela falta de um jogador que saiba jogar centralizado. Esquecendo a questão tática, lançar mão de Amaral, Arthur e Negueba e deixar no banco Lucas Mugni e Luiz Antônio é brincadeira de mal gosto. Aliás, nem sei dizer se esses dois últimos estavam no banco de reservas.
Também fica cada dia mais evidente a inoperância dos nossos intocáveis laterais, que não ultrapassam, não conseguem ser efetivos no apoio, e ainda dão muito espaço na marcação, principalmente o André Santos. Outro veterano que vem se mostrando sem condições de ser titular é o Elano. Chega a ser impressionante sua capacidade de se omitir em campo e se transformar numa peça nula.
Por falta de opções e talvez também de coragem do treinador recém chegado para mexer em alguns dos líderes do elenco, talvez a saída seja partir para o 3-5-2, transformando os atuais laterais em alas. Feito isso, é possível que o Everton substitua o André Santos.
Por fim, acho que nosso elenco tem sim suas carências e precisa de reforços, mas não era pra estarmos nessa situação em que estamos, com uma vitória em seis partidas, considerando os adversários que enfrentamos. E a meu ver, não precisamos de nenhum estrategista ou mágico, basta o básico pra fazer pelo menos o dever de casa, até qualificarmos um pouco o elenco durante o recesso copa.
Saudações Rubro-Negras!
Rodrigo Alverga