Não somos uma irmandade nem um exército, somos uma Imensa Nação. Temos sérios problemas de desgoverno, tendências separatistas, arrogâncias localizadas, presunções extremadas. Cuidamos do Ministério da Fazenda sem observar as demandas da Integração Social. Recolhemos tributos mal gastos num orçamento desigual, aplicados sem criatividade e o devido conhecimento. Nossas entranhas estão revirando em clamores intestinos sucessivos, em revoltas cada vez mais violentas, nosso povo está indignado, inconformado com os resultados.
A Comunicação Social não funciona, se mostrando tardia e precária. As informações são privilegiadas e mal distribuídas. Somente em total desespero farejamos o cheiro inconfundível dos distantes, os contornos das letras mal traçadas, o formato distorcido e de conteúdo míope. As pegadas nos corredores felpudos são indecisas, o apelo e os adjetivos infelizes. O povo está cansado de falsas promessas, viu o tempo passar com mais sorte do que juízo. Acreditou em projeções fantasiosas, em reduções milagrosas e em crescimento sem lastro. Os números começam a sair das sombras, assustando os mais crédulos.
Dos porões se ouve gritos e cobranças ásperas. O tempo voa e aumenta a preocupação, o fundo do poço se avizinha. Os discursos de campanha se perderam, a desconfiança se estabeleceu, as alternativas se escasseiam. Não havia projetos efetivos, planejamento sério ou análises fundamentadas. A suposição de notório saber se esvaiu diante de erros primários. Alguns insistentes, como a ratificação de que nossos quadros são melhores do que já foram. Nunca antes na história dessa Nação conquistamos tanto. Não tardaram as mensagens dramáticas de cunho populista, conclamando o povo a participar mais e multiplicar o apelo pelos incautos. A culpa de alguém pode ser transferida para quem for julgado mais adequado. Eu ganhei, nós empatamos, vocês perderam. Mas, preciso de ajuda. E aquela empáfia, cara-pálida?
Parece muito com o Brasil, mas o desgoverno, nesse caso, é no Flamengo. Depois de conseguirmos alcançar a magnífica marca de 26% de aproveitamento em quase 25% da competição, a água chegou ao nariz. Aliás, na testa, porque nunca antes na história dessa Nação tivemos um desempenho tão humilhante em semelhante período. Aí, do alto do pedestal, o notável pede ajuda com ares de mútua responsabilidade. Arregimenta voluntários para apostarem numa campanha pós-moderna, num SOS em vermelho e preto quando já há quem abandone o barco. As narinas de defuntas sentiram o cheiro da brilhantina e, dizia meu sábio e modesto avô, quem tem tem medo.
Fiquem frios, seremos Flamengo eternamente. “Apesar de você amanhã há de ser outro dia”. Não há fraternidade nesse processo, não há exércitos, há paixão irrestrita, impossível de medir em horas, em eras, em gerações. Sempre estaremos unidos pelo Flamengo, não por gestões nem por pessoas. Faremos o que nos estiver ao alcance para mudar o atual estado de coisas, ainda que não nos julguemos responsáveis nem co-autores, pois não fomos chamados para chancelar os erros cometidos. “Nunca se esqueça de que a vaidade é inimiga do espírito de equipe”.
NÓS QUEREMOS RESPEITO E COMPROMETIMENTO!
ISSO AQUI NÃO É BRASIL, ISSO AQUI É FLAMENGO!
Por Alexandre Fernandes
Por Alexandre Fernandes
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Fonte: Magia Rubro-Negra