Após 15 dias de férias descabidas, o Flamengo se reapresentou sem nenhum reforço, nenhuma dispensa e nem sequer um novo vice de futebol, cargo vago desde Walim Vasconcellos pediu pra sair. Pelo andar da carruagem, o enorme risco de sofrer o primeiro rebaixamento de sua história não aflige a atual diretoria. E pensar que o nome da chapa que elegeu Bandeira de Mello era Flamengo campeão do mundo…
Brincando com fogo.
Alemanha confirma favoritismo com autoridade
Antes de a bola rolar, quatro seleções eram apontadas quase que unanimemente como as principais forças desse Mundial: Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina. Com a primeira rodada praticamente concluída (faltam apenas os jogos de hoje, do Grupo H), pode-se dizer que os prognósticos mudaram.
Os espanhóis, campeões do mundo, por exemplo, já deram lugar aos holandeses, que os massacraram de forma impiedosa e impressionante na Arena Fonte Nova, naquele que foi, até agora, o maior show de futebol da Copa.
Não estou entre os que consideram a Fúria carta fora do baralho, mas muita gente boa já aposta que ela ficará fora das oitavas de final, eliminada pelo Chile. Será?
Quem confirmou seu favoritismo com autoridade foi a Alemanha, que estreou ontem, também com uma goleada. É verdade que Portugal facilitou, graças a mais uma boçalidade do zagueiro Pepe, do Real Madrid (brasileiro naturalizado português). Mas, independentemente disso, foi admirável a atuação de seu meio-campo (desfalcado do craque Schweinsteiger!) e de seu ataque — Müller marcou três vezes e já é o artilheiro da competição.
Elogiável também foi a coragem criativa do técnico Joachim Low, que escalou quatro zagueiros de área juntos, abrindo mão dos laterais, para dobrar a marcação a Cristiano Ronaldo que, de fato, acabou neutralizado na maioria dos lances em que foi acionado.
Não custa lembrar, a Alemanha esteve entre os quatro semifinalistas nos três últimos Mundiais: vice, em 2002, e terceiro lugar, em 2006 e 2010.
Outra seleção tradicionalíssima que brilhou na primeira rodada foi a Itália. Bateu a Inglaterra, com justiça, num belo jogo no calor amazônico de Manaus. Pirlo continua esbanjando categoria no meio-campo e o polêmico Balotelli comprovou a condição de artilheiro, marcando o gol da vitória. É bom ter cuidado com a Azzurra.
No nosso caso específico, cautela e caldo de galinha são recomendáveis também em caso de um cruzamento com a França, que começou fazendo 3 a 0 na fraca Honduras. Não chegou a ser uma exibição, mas diante do histórico negativo que temos com ela nos últimos tempos (três derrotas nos três últimos confrontos em Copas), prefiro não ouvir a linda Marselhesa. Aliás, até agora, ninguém a ouviu. Que mico!
Hora de jogar
Mas, afinal, e o Brasil? Claro que ainda somos vistos como o time a ser batido. Mas espero que, hoje, diante dos mexicanos, consigamos mostrar o futebol da Copa das Confederações, que até agora não estreou na Copa do Mundo.
Por não ser um entusiasta de Hulk, não considero grave o seu provável desfalque. Mas, confesso, preferia ver Willian e não Ramires, em seu lugar. Felipão, entretanto, optou por ser mais cauteloso e “proteger a casinha”.
Com um ou com outro, porém, acho que temos a obrigação de ganhar. Tropeçar diante dos mexicanos não é coisa de quem quer ser campeão do mundo.
Duelo explosivo
As hostilidades entre brasileiros e argentinos, no jogo de estreia da seleção de Messi, diante da Bósnia, no Maracanã, sinalizaram de forma clara que um gigantesco esquema de segurança será necessário caso Brasil e Argentina venham a se enfrentar nesta Copa — notadamente se for na grande final.
Houve provocações de parte a parte, brigas dentro e fora do estádio, enfim, um perigoso clima de beligerância que só aumentará caso aconteça mesmo o tão esperado duelo com os “hermanos”.
A Argentina jogou bem? Não, mas o golaço de Messi comprovou que deve ser mantida entre os fortes candidatos.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado
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