Deve ter uns 20 milhões de “Júniors” no Brasil inteiro. Filhos de notáveis ou de anônimos, todo Júnior nasce carregando, pelo menos, uma homenagem ao pai.
Leovegildo Lins da Gama Júnior nasceu há 60 anos com a missão de ser o único “Júnior” de uma nação.
Paraíba, virou carioca. Destro, virou lateral esquerdo. Lateral, virou meia. De velho, virou maestro. E de rubro-negro, virou brasileiro.
Não há um jogador no planeta que seja identificado com o Flamengo capaz de ser também simpático aos rivais. Júnior é o único ser vivo imune ao ódio dos não rubro-negros.
De talento raro, carisma não debochado e de glórias inesquecíveis, mas quase todas de vermelho e preto.
Na seleção, como Zico, viveu a geração que nos fez sonhar e também acordar do sonho.
Pouco importa. Júnior, como disse, é tão imune ao ódio que nem mesmo os adversários fazem questão de lembrar e registrar os “não títulos” pela seleção.
Ganhou tudo pelo Flamengo, de garoto a quase aposentado. E um dia de fato parou. Parou no campo e foi brilhar de terno nas transmissões da Globo. E não é que o bom sambista de sunga também se vira de terno e gravata?
Júnior é da praia, do Flamengo, do samba, do Rio, de Paraíba, da seleção, da Globo e de todos nós.
Hoje, 60 anos. E juro, a última vez que o vi ele estava de sunga na praia com prancha e tudo.
Júnior não acaba.
Graças a Deus.
Fonte: Blog do Rica Perrone