Assim que o carrilhão do palácio da Copa bateu as fatídicas 12 badaladas o baile acabou. A partir de então ficamos nós e nossas abóboras na pista, prisioneiros de um destino cruel, as 29 rodadas restantes do Brasileiro. Vai ser preciso muita humildade, resignação e paciência pra chupar essa manga.
Pra quem é fechado com o certo, então, vai ser Flórida. Depois do puro deleite dos 40 jogos da Copa, onde se acertaram mais passes do que nos dois últimos Campeonatos Brasileiros somados, vamos encarar nossa mulambada abrilhantando a cena futebolística de Macaé e recebendo nosso genérico paranaense pela heroica 10a rodada do acromegálico Brasileirón. Programa recomendado exclusivamente para tarados.
A saudade do Flamengo é real, já tinha gente até com coceira depois de tanto tempo sem sua dose de Flamengo. Mas esse reencontro com a torcida na calada da noite nos cafundós petrolíferos enquanto ocupa a desmoralizante penúltima colocação da tabela lembra um pouco aquele feeling de um churrasco no quintal pra comemorar o primeiro fim de semana em regime semiaberto do irmão presidiário. Nada que mereça muita divulgação ou notinhas na coluna social.
Deixamos os jogadores sob o jugo de Ney Franco durante mais de 30 dias e antes de exames mais profundos não dá pra saber se isso fez bem pra saúde dos nossos rapazes. Pelo parco noticiário do período ficamos sabendo que o treinador experimentou de tudo, o que é bom. Mas não pudemos deixar de notar que após tantas experiências corremos um risco fudido e ver o Felipe Mão de Pau outra vez no nosso gol. E isso não é nem um pouco legal.
Mesmo assim estou otimista, crédulo que sou na proverbial capacidade de superação do Flamengo. E nem é porque o Atrético da 5a Comarca é um timinho daqueles irrecuperáveis. É que essa parada pra Copa pode ter servido pro realinhamento dos planetas e o Mengão, finalmente livre das influências malévolas dos astros, se reencontre com a sua vocação para o triunfo e a glória. E volte a ser o motivo principal de emputecimento da fidelíssima arco-íris safada e mal vestida.
Na saúde e na doença, na miséria e na riqueza, tamo junto, Mengão.
Fonte: Urublog