Análise tática e da carreira de Eduardo da Silva.

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O Flamengo está próximo de confirmar a contratação de um novo atacante. Trata-se de Eduardo da Silva, 31 anos, e que pela primeira vez vai atuar profissionalmente por um clube brasileiro. O carioca e vascaíno (!) aproveitou o período em que jogava a Copa do Mundo no Brasil para negociar com o Rubro-Negro carioca.
Início de carreira
Eduardo foi revelado no Céres, time da segunda divisão do Campeonato Carioca. Com apenas 16 anos, recebeu uma proposta do futebol croata. Não pensou duas vezes e acertou com o Dinamo Zagreb, principal clube do país. Lá, Eduardo já poderia assinar um contrato profissional, o que pesou na escolha.
Os primeiros anos foram difíceis e a primeira alegria não foi no Dinamo. Aos 18 anos, atuou emprestado ao Inter Zapresic e impressionou. Marcou 10 gols em 13 jogos e foi responsável pelo acesso da equipe, fazendo dois gols no jogo final da repescagem. Voltou ao Dinamo e já na temporada seguinte foi eleito o melhor jogador do campeonato croata. Repetiu o feito duas vezes, sempre conquistando títulos e premiações individuais. Em 2006/2007, seu último período na Croácia, bateu o recorde de gols em uma temporada do futebol local: 34 gols em 32 jogos. O feito rendeu enfim uma chance no centro da Europa, se transferindo para o Arsenal por aproximadamente 10 milhões de euros.
Mudança para o Arsenal
O começo na Inglaterra foi complicado, mas Eduardo foi se adaptando até chamar a atenção no clube inglês e disputar vaga com os astros Robin van Persie e Emanuel Adebayor. O grande baque foi na segunda temporada, quando sofreu uma entrada do zagueiro Martin Taylor em um jogo contra o Blackburn. A grave lesão deixou Eduardo com uma luxação no tornozelo esquerdo, além de uma fratura exposta na fíbula. O retorno ao futebol aconteceu depois de 358 dias, mas ele nunca mais foi o mesmo. Sofreu com diversas lesões musculares, além da falta de confiança em encarar as jogadas. A paciência do técnico Arsene Wenger terminou ao fim da terceira temporada e ele foi colocado na lista de transferências.
Recomeço após a lesão
Eduardo foi contratado pelo Shakhtar Donetsk pelo mesmo valor desembolsado pelo Arsenal. Pode-se dizer que ele nunca recuperou o faro de gol anterior à lesão, já que sua alta média de quase um tento por jogo caiu muito. Porém, na Ucrânia, passou a ser um jogador mais participativo, fazendo menos gols e construindo mais as jogadas, dando assistências. Nunca foi titular absoluto, muito por conta do rodízio promovido pelo Shakhtar, mas sempre foi querido e prestigiado pelo técnico Mircea Lucescu.
Lucescu pode ser considerado peça-chave no sucesso de Eduardo no período recém-encerrado. Foi ele quem bateu o pé e não deixou o jogador se transferir do clube ucraniano, escanteando as sondagens do Dinamo Zagreb e do Dnipro. No fraco primeiro semestre de Eduardo, foram apenas 5 gols em 15 partidas, e as más atuações quase o fizeram novamente deixar o clube em janeiro. Ficou, e na segunda parte da temporada marcou 8 gols em 14 jogos, conseguindo uma improvável sequência como titular na reta final. Marcou um dos gols do título, já na penúltima rodada, em uma vitória contra o Zorya Lugansk.
Posicionamento
Com a chegada do argentino Facundo Ferreyra e a manutenção do artilheiro Luiz Adriano, Eduardo passou a jogar pelo lado esquerdo. O sucesso na linha de três no meio de campo não fez com que ele deixasse de se aproximar do ataque, e muitas vezes era possível ver Eduardo atuando ao lado de Luiz Adriano e um dos volantes avançando para recompor o posicionamento anterior do brasileiro/croata. Essa nova característica fez com que ele deixasse de ser apenas um finalizador nato como no auge da carreira.
Abaixo, temos algumas situações de jogo em que Eduardo da Silva esteve presente na última temporada pelo Shakhtar Donetsk, seja como referência ou atuando pelo lado.

A – Esquema onde Eduardo atuou como centroavante na falta de Luiz Adriano e Facundo Ferreyra. Não rendeu.
B – Após mudanças do técnico Lucescu, Eduardo aparece jogando na linha de três do meio de campo, pelo lado esquerdo. A mudança funcionou e foi onde Eduardo jogou melhor e marcou mais gols, tendo também espaço para criar.
C – Variação utilizada algumas vezes durante os jogos. Eduardo avança para o ataque, abrindo Taison para a ponta esquerda. Com isso, Alex Teixeira, que jogava mais recuado, sobe, deixando Stepanenko sozinho na marcação.
Agora, atuando pelo Flamengo, o ideal é que Eduardo forme dupla de ataque com algum dos centroavantes do elenco. Jogar como referência seria uma opção menos viável, pois dependeria muito mais da munição que receberia do meio-campo, que carece de um camisa 10 criativo. A contribuição de Eduardo para o jogo da equipe diminui muito quando fica isolado na frente.
Assim, baseado no novo esquema adotado por Ney Franco, com 3 zagueiros e mais um 1° volante com funções exclusivamente defensivas, desenhamos como utilizar da melhor forma Eduardo da Silva no Flamengo, partindo do pressuposto de que a formação ofensiva ficará restrita aos dois alas e os demais 4 jogadores, entre os quais ele se inclui.

A – Esquema tático natural com Eduardo, à esquerda, compondo com Paulinho, à direita, uma linha atrás do centroavante. (3-1-3-2-1)
B – Variação ofensiva com Eduardo infiltrando na diagonal como mais um centroavante. Paulinho cai para esquerda e Canteros sobe apoiando pela direita. (3-3-2-2)
C – Outra variação ofensiva possível, com os alas subindo mais forte para cruzar. Eduardo infiltrando na área vira peça importante, sendo mais um elemento de referência para finalizar. Paulinho centraliza atrás dos centroavantes.
Assim posicionado, Eduardo tem totais condições de exercer seu melhor futebol. Conta ainda com a possibilidade de executar uma maior variação das jogadas de ataque, graças a sua facilidade de aparecer na área adversária bem posicionado para finalizações, assim como de ajudar os companheiros a marcar gols.
Fonte: Doentes por Futebol
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