Impressionou-me o recente noticiário dando conta de que o Vasco admitia o empréstimo do meia colombiano Montoya aos portugueses do Vitória de Guimarães.
O jogador, de 22 anos, foi contratado no ano passado com alguma expectativa, depois de boa temporada no futebol argentino.
O menino é um canhoto habilidoso, com boa técnica, velocidade, típico portenho desses que os clubes buscam para fazê-lo de referência na ligação com o ataque.
Mas não teve sorte.
Primeiro, por sua demorada regularização.
Depois, por encontrar um time de jogadores preguiçosos, de qualidade técnica sofrível.
Num departamento de futebol sem comando e nas mãos de comissões técnicas incapazes, vocês imaginam a luta…
ENTRE setembro e dezembro, a esperada joia, em quem o Vasco em parceria com empresários investiu R$ 3 milhões, teve jogou com Abuda, Sandro, Cris, Nei, Wendell, Bernardo, André e Reginaldo _ o que, por si só, já diz muito no que se refere à adaptação de um estrangeiro de 21 anos, pressionado por resultados imediatos.
NO BRASIL, cobra-se muito dos jovens com potencial.
Em vez de trabalhar a capacidade deles, corrigindo erros e aprimorando virtudes, os técnicos agem como inquisidores, atirando jogadores com menos de 24 anos na fogueira dos resultados imediatos _ como se fossem culpados por saberem jogar bola.
Rigor, aliás, que não se vê com os “cumpridores de determinações táticas”.
EM SUMA: vale mais quem faz o que o técnico manda do que quem manuseia a bola com destreza, ensaia o drible e ousa dar um mínimo de plasticidade ao jogo.
Quer dizer, depende: se for um jogador formado e amigo do treinador…
MONTOYA não é um craque (longe disso), mas não é lógico emprestá-lo sem antes experimentá-lo ao lado de jogadores como Douglas, Kleber, Fabrício, Diego Renan, Guiñazu _ enfim, de qualidade superior aos que rebaixaram o clube.
Não conheço um só estrangeiro que obtido resultado aos 22 anos.
Geralmente, desabrocham aos 25, e com mais de um ano de adaptação.
O COLOMBIANO também não é o único.
O argentino Lucas Mugni, de 22 anos, passa o mesmo no Flamengo: muita cobrança e pouca lapidação.
Se bem que, a bem da verdade, Jayme de Almeida vinha tentando aperfeiçoá-lo.
Mas é por aí que se consegue enxergar o que os técnicos brasileiros não admitem: a preocupação deles é fazer o time não perder.
Jogar futebol é outra coisa…
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