Talvez você já tenha visto este post no Facebook ou no Twitter: ele traz a foto em preto e branco de um senhor e, sobre ela, a frase: “Você ama este homem e não sabe: Willis Carrier, inventor do ar condicionado”. Na mesmíssima vibe, poderíamos fazer um post semelhante com a foto de Rogério Steinberg. Já ouviu falar dele?
O homem cujo nome batiza o auditório da Gávea é simplesmente o responsável maior pela volta de Zico ao Flamengo em 1985. Publicitário, Steinberg foi o cara por trás do Projeto Zico, que envolveu um grupo de empresas – a saber, composto por Adidas, Coca-Cola, Sul-América Seguros e Mesbla – que ajudou o Flamengo a repatriar seu maior ídolo. Ou você, que é mais novo, acha que o Flamengo tinha bala na agulha para, sozinho, fazer esse movimento? Nah.
(Parênteses importantes: para saber mais sobre Steinberg e o Projeto Zico, vale clicar aqui.)
Você deve estar se perguntando: “Por que este sujeito resolveu desencavar Steinberg numa hora dessas?”. Eu chego lá – talvez antes do que pense. É simples.
Dentre as diversas teorias que tenho sobre o Flamengo, uma delas diz respeito que as grandes glórias do clube passam por pelo menos um jogador no time que seja dono dos seguintes atributos: bom futebol, carisma e liderança. Se tiver prévia experiência de Flamengo, então… Enfim, alguém que possa, de fato, merecer o título de ídolo – e que de fato mostre que todos os esforços dos corações e mentes da Gávea em torno de uma iniciativa para tê-lo no elenco seriam recompensados, com altíssimo potencial de acerto e, portanto, de retorno desse investimento. Esforços iguais aos de Steinberg, um homem que fez o gigante Zico caber no bolso do Flamengo.
Uma vez que Zico é Zico, guardadas as devidas proporções, quem hoje poderia ser esse líder em tempos em que o Flamengo tanto necessita de um? Para mim, Julio César.
Há indícios de que o Flamengo tentou trazê-lo antes da Copa, mas que não chegou a um acordo salarial. Tem gente que fala que a pedida do goleiro chegou a 1 milhão/mês; mas tem quem diga também que não chegou a metade disso. E se a segunda opção for a correta, reafirmo que valia e muito um plano maior para viabilizar a volta de Julio ao clube. Mais precisamente, pra ontem.
Julio César é craque de uma posição cujas opções atuais andam bem questionadas; poderia perfeitamente ser esse líder, essa referência num elenco que precisa se superar como nunca na volta do Brasileirão; e, ainda por cima, sua boa imagem e aceitação idem o credenciam para se tornar o garoto propaganda de uma série de empresas – novamente, proporções à parte, mais ou menos como foi Zico no projeto com o seu nome.
Simples realizar um Projeto Julio César? Não deve ser. Ou melhor: se não é difícil, certamente é trabalhoso. Nada, porém, que eu imagine estar, no entanto, além das capacidades dos capacitados homens do marketing Rubro-Negro e suas credenciais. Eles, que de forma justa ergueram uma estátua para Rei Zico, agora poderiam se inspirar em Steinberg e em seu segundo grande legado, inferior somente à sua façanha: nos provar que, com criatividade, ousadia, trabalho e Flamengo, nada é impossível.
Fonte: Mil Vezes Flamengo