A alma encantadora das arquibancadas.

Ah, o Rio de Janeiro do início do século XX! Cidade em transição. Recém saída da condição de colônia, escravidão a pouco abolida. Miscelânea de cultura e mudanças aos ventos. A zona Sul recheada de senhoras e senhores de estirpe. O bonito visual da Lagoa e como definiu o genial João do Rio, o Flamengo “era o parapeito sobre o mar”.

Nesse cenário foi moldado o espírito do carioca. Afeito aos esportes e com seu ritual de moldar e esculpir os corpos. No início foram as regatas, rapazes que eram vistos com desconfianças pelos mais antigos, “passavam, de calção e camisa de meia, dentro do mar a manhã inteira e a noite inteira”. Com o passar do tempo vieram os adeptos das corridas, halteres, tênis e enfim o futebol!

1912-07-07-Fla-FluA partir daí, a história da cidade do Rio de Janeiro mudou. Com a entrada do Mais Querido em cena no “football”, o futuro mais popular esporte do país encontrou seu celeiro.

Com o jogo de estréia do campo do Flamengo, a futura maior torcida do Brasil já dava mostras do que seria e dava o seu recado, impressionando os presentes, como podemos ver no discurso de João do Rio quando ele afirmou que”… absolutamente nunca eu vi o fogo, o entusiasmo, a ebriez da multidão assim”.

Com a certeza de que aquele clube faria história, João do Rio sabia que “O Clube de Regatas do Flamengo tem, há 20 anos pelo menos, uma dívida a cobrar dos cariocas. Dali partiu a formação das novas gerações, a glorificação do exercício físico para a saúde do corpo e a saúde da alma”.

Ou seja, não só pela importância no cenário do futebol se dá o gigantismo do Flamengo. Somos uma parte importante na montagem da personalidade do carioca e da cidade do Rio de Janeiro.

Nota do autor:

Essa crônica foi escrita inspirada em uma crônica feita por João do Rio “A hora do football“, publicada no livro Pall-Mall Rio, o inverno carioca de 1916 (lançado em 1917). João do Rio foi um dos maiores e mais importantes jornalistas do início do século XX e responsável pela mudança de estilo literário e jornalístico brasileiro. E como Flamengo é Flamengo, não poderia deixar de ser retratado pelo mestre João do Rio.

João do Rio – Uma Antologia (seleção e apresentação de Luís Martins) – José Olympio Editora. 3ª edição/2005

Fonte: Falando de Flamengo

Coluna do Flamengo

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