Eu não irei mais aos estádios enquanto essa administração aí estiver. Sou sócio-proprietário, sócio-torcedor, mas não darei mais um centavo a esses mercadores de ilusão. Muito menos depositarei nas contas abertas para concorrerem com os programas oficiais. Só desejo a eles a honestidade de princípios e a nobreza e pensarem nas consequências do rebaixamento. Financeiras, esportivas, históricas e sentimentais. E para exemplificar com adequação maior o tamanho desse orgulho ferido, vou usar uma foto primorosa da minha querida Cristina Dissat do Fim de Jogo. Esse aí, BAP, é um instantâneo do amor verdadeiro pelo Flamengo, numa tarde de Dia dos Pais, com o time na lanterna até os quarenta minutos do segundo tempo. Bem a propósito da data de ontem, não basta ser pai, tem que participar. Você cria filhos à distância? Se cria, é um pai ausente.
Cérbero x Cérebro
Pai Dudu dá uma no cravo e outra na ferradura. Vai acabar acertando por insistência. Mas, o time é muito ruim e iremos nessa toada até o fim desse estertor, digo, campeonato. Hoje em dia não torcemos mais pelo Flamengo. Agora nos contorcemos pelo Flamengo como um desses homens que parecem de elástico no circo. Circo mambembe tal e qual essa diretoria. A Gávea atual se cobrirmos vira picadeiro e se trancarmos vira hospício. Não podíamos pagar mais pelo Elias, aquele cuja compra do passe justificou os ingressos inflacionados da fase final da Copa do Brasil 2013, lembram? O dinheiro foi para o ralo e desmontamos o pouco que tínhamos ao permitirem a ida do meia para o reduto gambá. As manchetes indicam que os “notáveis” estão brigando com os colorados para trazerem um Fred, pagando um Cadu/mês. Esse nome das cavernas por si só causa repugnância, nos fazendo lembrar da Copa. Não traria a Vilma e, ainda mais, seria um genérico dos pampas, cujo futebol ninguém sabe, ninguém viu. Para isso o dinheiro dá. Guarda os tostões para pagar o salário do Ney “Fraco” até o final do contrato. Mais o dinheiro do Jayme, mais o do Ibson, o do Renato Abreu, o do Cadu, todos crias da gestão atual a sangrar os combalidos cofres rubro-negros.
Trazer o Júlio César nem pensar. Seria atender uma sugestão do Conselheiro maldito. Afinal, seria caríssimo trazer um dublê de goleiraço e de ídolo, rubro-negro assumido a se oferecer ao clube para voltar ao Brasil. Melhor não arriscar, vai que dá certo? Melhor mesmo é pedir socorro à Nação, implorar pela presença da Magnética, mesmo que pela boca do Pofexô. E a Imensa Nação garante mais de quarenta mil pessoas, o maior público de uma rodada de clássicos. Enquanto isso, o BAP fica encastelado na terra da garoa. Deve ter ido ao clássico da Vila Belmiro ou ficou contando as verdinhas da SKY, cada vez mais cada vez às custas dos jogos transmitidos. Para esquecer dos resultados ruins, os assinantes assistem filmes. Para relaxar após o sofrimento, um Sexy Hot vai bem. E o VP rubro-negro passa longe da turbulência da Gávea, respirando o perfume das notas novinhas com as suas narinas de cadáver. E a Lucy continua “in the SKY with diamonds”.
O Walim saiu do fogo cruzado e tomou Doril. Só para os inocentes. O sósia do chefe do Homer Simpson continua dando as cartas. Ou melhor, lendo as cartas dos consulentes de Pai Dudu. Nós, os desesperados queimando os pés no inferno do Z-4, com Cérbero, o cão maligno de três cabeças, BAP, Walim e Dudu, a tentar morder os nossos fundilhos. Votamos em cérebros, não em Cérbero! Vade retro! Mas, vamos continuar a empurrar os indigentes a vestir o Manto Sagrado, sejam eles quem forem. Vamos nos emocionar num Dia dos Pais com a imagem das lágrimas do contorcionista com o pequeno grande rubro-negro encarapitado em seu pescoço a girar o Manto com os olhos brilhando de felicidade infantil. Contra essa pureza de sentimento não há malignidade que dê jeito.
O lugar de chororô é em outro clube. Portanto, parem de choramingar o pagamento de uma conta que não lhes diz respeito, como se fossem os primeiros herdeiros de dívidas no futebol. Essa opção foi de vocês ao se candidatarem. Nós também não temos culpa, apenas acreditamos em suas bravatas para se elegerem. Nós só amamos o Flamengo. De perto, ali, no calor da batalha. Não apresentem desculpas, cumpram suas promessas de campanha. E lá não foi avisado que correríamos o sério risco do rebaixamento.
alexandrecpf@magiarubronegra.com.br
TWITTER: @alexandrecpf
Fonte: Magia Rubro-Negra
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