Em meio à luta contra o rebaixamento no Brasileiro, o Flamengo vive a possibilidade de um drama similar ao do Botafogo com bloqueio das suas principais receitas. Para evitar isso, o clube criou uma fórmula complexa, quase um malabarismo, envolvendo o uso de garantias de quase todos seus contratos, e o seu CT para resolver ação na Justiça Federal e voltar a pagar salários dos jogadores.
No momento, o time rubro-negro tem suspensos os pagamentos do patrocínio da Caixa Econômica Federal. Motivo: foi incluído novamente na lista de devedores ativos da União por ação do Banco Central em que são cobrados R$ 85 milhões em multas por negociações de jogadores não declaradas na década de 90.
Para resolver essa questão, no final de julho, o Flamengo ofereceu o contrato da Pegeout e o Centro de Treinamento do Ninho do Urubu como garantias de pagamento à Justiça Federal. Só que esse imóvel e o acordo já estavam apresentados, em 2013, em outro processo fiscal em que são cobrados R$ 53,7 milhões em dívidas de imposto de renda.
A Procuradoria Geral da União aceitou a troca de garantias de um processo para outro porque o Flamengo vem pagando em dia o parcelamento dessa outra ação. Não à toa.
Caso deixe de quitar as parcelas, outros oito contrato de renda serão penhorados, entre eles seis da televisão com a Globo até 2015, e de material esportivo da Adidas. O problema é que essa outra ação mostra como é pesado o parcelamento. Começou em R$ 500 mil por mês em 2013, e atingirá R$ 1,8 milhão em 2016. E não é o único: os rubro-negros pagam cerca de R$ 8 milhões/mês em impostos.
No processo do BC, o clube questiona a legitimidade da cobrança, além de alegar que o valor está errado em R$ 5 milhões a mais. As garantias do CT do Ninho do Urubu _avaliado em R$ 77 milhões_ e do contrato da Pegeout _R$ 10 milhões_ são suficientes para cobrir a multa do banco.
Por isso, a diretoria está otimista em que a Justiça Federal e a procuradoria analisem ainda nesta semana as ofertas do clube. Caso a proposta seja aceita, o Flamengo recuperaria sua certidão negativa de débito e voltaria a receber da Caixa. A questão é que o clube obtém alívio momentâneo, mas pode ter uma conta alta parcelada a pagar em seguida. Um drama quase tão grande quanto o que se vê em campo com o time na lanterna.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos