A difícil situação financeira vivenciada pelo Flamengo leva o clube a buscar alternativas e mobilizar diferentes departamentos por uma solução. E, no momento, coube ao setor jurídico do clube tentar atacar a causa que o impede de receber parte dos R$ 25 milhões do contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, renovado em maio. Como alternativa para tentar suspender a inclusão no Cadastro Informativo de créditos não quitados no setor federal (Cadin), o Flamengo ofereceu ao Banco Central o Ninho do Urubu e parte do patrocínio da Peugeot como garantias.
O pedido foi feito em petição encaminhada ao juiz federal da 9ª Vara Federal de Execuções Fiscais da Seção judiciária do Rio de Janeiro no último dia 28 de julho. No documento, o Flamengo admite que a execução fiscal por parte do Banco Central faz com que o clube sofra grandes dificuldades em honrar seus compromissos financeiros como salários de funcionários e a quitação de dívidas tributárias, parceladas para a obtenção das Certidões Negativas de Débito (CNDs) conseguidas em 2013.
O valor principal da dívida, refente a câmbios de transferências de atletas na década de 90, chega a R$ 38.367.280,49. O clube argumenta que por um erro de digitação no cálculo foram acrescidos R$ 5 milhões e pede a retificação à Procuradoria do Banco Central. Com isso, trabalha com o valor original em pouco mais de R$ 33 milhões. Mas, com as correções monetárias desde a década de 90, o montante atual da execução fiscal e que engessa o clube chega a incríveis R$ 79.184.125,74.
Em 2013, o Ninho do Urubu já fora oferecido como garantia para a obtenção do parcelamento com a Fazenda Nacional. Para penhorá-lo novamente, o clube teve de conseguir a anuência da Procuradoria da Fazenda Nacional, o que foi feito. Diante disso, o Flamengo declara que, de acordo com uma avaliação feita pela empresa Ernst & Young no dia 10 de julho deste ano, o Ninho do Urubu tem valor atual estimado em R$ 77,4 milhões.
Para cobrir a dívida de R$ 79 milhões, o clube ainda ofereceu o contrato de patrocínio com a Peugeot, válido de 2013 a 2015 e com média de R$ 10 milhões anuais. Desta forma, a diferença entre os valores do Ninho do Urubu e da dívida (R$ 1,754,125,74) seria facilmente suplantada. O Banco Central tem cinco dias, com prazo até a próxima terça-feira, para responder se aceita o CT rubro-negro e o contrato com a Peugeot como garantias e livrar o clube do Cadin.
Mesmo que a oferta rubro-negra seja aceita, caberá a um juiz federal analisar se o Flamengo deixará de integrar o Cadin e, consequentemente, volte a receber patrocínios estatais, como é o caso da Caixa. O caso pode se estender até meados de agosto. Como alternativa para quitar débitos, a diretoria estuda a possibilidade de novos empréstimos e passar por essa nova dívida que causou surpresa na Gávea.
Fonte: ESPN