Eliminado da Copa Libertadores e sob risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Flamengo sente no caixa o efeito financeiro da má fase — e da má administração.
Sem os dólares da competição intercontinental e a debandada de sócios-torcedores, o Conselho de Administração reviu o orçamento de 2014 na noite de segunda-feira, o que obrigou o clube a recorrer a empréstimos que, somados a direitos de televisão em vista, chegam a R$ 48 milhões. No início do ano, como campeão da Copa do Brasil, o orçamento era de R$ 340 milhões. E agora está em R$ 300 milhões.
Um dos empréstimos vem do Banco Modal. Os R$ 10 milhões inicialmente liberados — estão previstos mais duas parcelas — serão usados para ocupar o vazio deixado pelas cotas bloqueadas da Caixa Econômica Federal e, assim, cumprir as obrigações urgentes no futebol — salários e direitos de imagem.
A grande dificuldade se dá em razão da debandada de sócios-torcedores. Já foram mais de 10 mil desde abril, totalizando hoje ao redor de 54 mil, com receita mensal de cerca de R$ 2 milhões para ajudar a pagar a folha de R$ 9 milhões do futebol.
— A diretoria mostrou uma realidade nova e eles têm autorização para pegar um valor superior a R$ 10 milhões de empréstimo. Não tinha como não aprovar. Estamos com a Caixa Econômica Federal sem pagar, fora a diminuição do sócio-torcedor pelo momento — confirmou o presidente do Conselho, Mauricio Gomes de Mattos.
O dirigente, antigo no clube, criticou apenas o discurso do presidente Eduardo Bandeira de Mello culpando administrações anteriores por não pode investir no futebol.
— Só não concordo quando se atribuiu a um passado qualquer justificativa para o presente, porque todos pagaram dívidas de gestões anteriores, e de certa forma usar isso para justificar o comportamento não é real. Eles mostraram uma nova realidade. Receitas que achavam que iam entrar, e tiveram quedas substanciais — finalizou o dirigente, que elogiou ao menos a prestação de contas da diretoria.
Fonte: Extra Globo