Realmente impressionante a mudança de atitude do time do Flamengo de uns jogos para cá. Salta aos olhos a disposição com que a rapaziada tem entrado em campo e como tem encontrado as saídas nos momentos mais difíceis, inclusive ontem, quando o Atlético fez 1 X 0. A alucinante torcida do Flamengo e a competência de Vanderlei Luxemburgo estão operando um verdadeiro milagre. Primeiro, Vanderlei conseguiu incutir na cabeça de cada um dos jogadores qual é o limite de competência do time. Mérito também para os jogadores, que estão conseguindo jogar a vaidade para escanteio, aceitando a forma de jogar imposta pelo treinador, que tem sido perfeita. Humilde, porque o time é fraco e corajosa, por admitir isso, procurando soluções que comportem a deficiência técnica do elenco.
No fundo, não é só o Flamengo que está saindo do buraco. Vanderlei também. Depois de oito meses no ostracismo, sem que nenhum grande clube lembrasse do seu nome, retorna sabedor de que o rubro-negro é seu “último trem para Paris”. Pelo jeito, e tomara que assim continue, em cabine de primeira classe…
Torcida do Flamengo
Gostaria de confessar, para início de conversa, que inúmeras vezes na função de repórter de campo, normalmente atrás do gol, deixava o jogo de lado, virava as costas para a bola rolando e babava vendo o maior espetáculo da terra, que vinha da arquibancada, à esquerda das cabines de rádio no velho Maracanã. Foram tantas as vezes que a emoção falou mais alto que perdi a conta. Em alguns momentos conseguia fazer com que esse sentimento parasse na garganta. Em outros, capitulei e chorei mesmo. Ontem, de novo, vendo aquela energia indescritível saindo da arquibancada, invadindo o campo e empurrando o time, deixei a emoção me levar. Aliás, quando se chega a um determinado ponto na vida, este é o tipo de briga que não mais vale a pena. É melhor deixar a emoção rolar e chorar…
Sorte
Pode ser que nem todos concordem comigo, mas tenho a teoria de que, quando se faz tudo certo, quando não se agride o óbvio ululante, na hora da dividida, a sorte ajuda. No jogo fora de casa, em Curitiba, no gol do Éverton, que aliás está jogando muito, a sorte soprou forte. Quando o juiz apita um pênalti à favor, é sorte. Ele poderia não marcar, mesmo sendo um pênalti claro. Quando um adversário erra, como foi o caso do jogo contra o Coritiba, não é sorte? E ontem, no lance do pênalti batido pelo Leo Moura, não foi sorte a bola ter entrado?
Enfim, quando tudo é feito com correção, a sorte ajuda. A sorte gosta dos competentes.
Fonte: Blog do Kleber Leite