Se o Flamengo do começo do Brasileirão parecia uma fera indomável, inadestrável, intreinável e, principalmente, inficável na elite do futebol brasileiro, o Flamengo de agora, sem foguetes e rojões exagerados, já que o Tio Luxa não recomenda, parece enfim ter extirpado um a um todos esses indesejáveis “ins” ralecionados.
Se não estamos jogando exatamente um futebol padrão Champions League, mesmo porque ninguém por estas paragens assim o faz, as coisas tomam ao menos um jeito de coisa que vai tomar jeito.
Tá… Sempre vai ter a turma ranzinza se lamentando e dizendo que não é bem assim. Mas se os números outrora patéticos é que sempre iam para o quadro-negro nas etenas aulas apocalípticas do “esse ano vai cair”, seria pelo menos decente que os novos números pudessem também aparecer no quadro.
Três vitórias e uma derrota nos últimos quatro jogos. Simples assim. Não vou analisar cada um dos jogos e nem entrar no mérito do desempenho em cada partida. Números frios e diretos. Nove pontos em doze disputados.
Estamos fora da zona de rebaixamento.
Isso não quer dizer exatamente que nossa vida está resolvida. Longe disso. Luxemburgo está mais do que certo em martelar sempre em todas as entrevistas que o título do Flamengo em 2014 é não ser rebaixado.
Ingressos mais acessíveis vão fazendo a Nação Rio (isso e a possibilidade da tragédia que vinha com a permanência insistente no Z4) despertar de sua sonolência e encher o Maracanã em todas as rodadas. De leve, sem querer se meter e já se metendo, Luxemburgo vai também deixando claro que prefere jogar em casa em casa de verdade, e com a torcida presente nas arquibancadas. Ao contrário do que julga a vã filosofia smurfética.
No trato com os jogadores, adota um discurso (e ao que parece uma prática) de gerar um bom ambiente de trabalho para que as coisas possam fluir de maneira melhor nos treinamentos e em campo.
Sei lá se é só impressão de todo rubro-negro causada pela paixão, mas a gente gosta mesmo de achar/saber que o Flamengo é diferente de todos os outros. Parece que o que faltava era alguém consciente disso no Reino. Treinar, ajudar a gerir, pensar o Flamengo com olhos rubro-negros.
Uma rodada de cada vez. Galo, Criciúma, Vitória. Impossível pensar em nove pontos? Parece que não. Para o Flamengo inerte do início do campeonato poderia ser impraticável. Para o Flamengo que vai sendo treinado para voltar a ter cara de Flamengo, ainda que com as sabidas limitações, pode até acontecer. Sabe-se lá até onde poderemos chegar.
Fonte: Falando de Flamengo