O clássico Flamengo e Botafogo marcou a reestreia de Vanderlei Luxemburgo como técnico do rubro negro carioca. A partida também ficou marcada pela estreia de Hector Canteros, no Flamengo, e a volta de Edílson e Emerson ao time titular do Botafogo. O jogo teve o Flamengo como vencedor, pelo placar de 1X0 com gol de Alecsandro. O resultado decretou a segunda vitória do time rubro negro no campeonato brasileiro.
O jogo começou acelerado, com o Flamengo nos primeiros segundos arriscando contra a meta botafoguense. As duas equipes travaram uma boa disputa de território no meio campo, com marcação bem encaixada e dedicação dos jogadores de ambas as partes.
Com o decorrer do jogo, o Flamengo adiantou sua marcação e apostava suas fichas em oportunidades criadas pelo bom apoio feito por Léo Moura e João Paulo. Lucas Mugni, destaque no primeiro tempo, fazia boas transições no meio campo do time de Luxemburgo, e arriscava passes em profundidade para a velocidade de Everton, Paulinho e principalmente Léo Moura, que aproveitava os espaços que surgiam nas costas de Júlio César, que não é um exímio marcador.
O Botafogo tentava se organizar em campo com Carlos Alberto e Gabriel tomando as ações do meio alvinegro. Esbarrava na boa marcação flamenguista, que controlava as ações do jogo, chegando a ter 60% de posse de bola no decorrer do primeiro tempo. Mas abusava de ligações diretas, na maior parte do tempo. Limitação oriunda do período de Ney Franco à frente do time.
O time de Vagner Mancini chegou a ter boa oportunidade de gol, em enfiada de bola de Carlos Alberto na diagonal para Emerson, que aproveitou a falha de marcação do time de Luxemburgo, mas mandou a bola para a linha de fundo.
Falha na cobertura do Flamengo, que resultou em bom lançamento de Carlos Alberto para Emerson. Detalhe para a distância entre os volantes e os zagueiros, facilitando a movimentação do Botafogo.
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O Flamengo com a bola no chão permanecia melhor no jogo. Até que aos 33 minutos, Mugni encontrou João Paulo nas costas de Edílson, que vinha falhando na marcação. E cruzou para Alecsandro fazer 1×0 para o Flamengo.
A equipe de Luxemburgo cresceu depois do gol e Mugni continuava se destacando no meio campo flamenguista. Por outro lado, o Botafogo esbarrava nos erros de saída de bola. Mas compensava na vontade e determinação de seus jogadores.
Primeiro tempo nivelado por baixo, mas com o Flamengo em vantagem no placar e competência técnica.
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No segundo tempo o Botafogo voltou mais ofensivo. Mancini lançou Zeballos na vaga de Bolatti e o Botafogo começou a jogar com 3 atacantes. O 4-3-3 funcionava para o time de Mancini. Sua equipe tomava as ações do jogo e apertava a saída de bola do Flamengo, que se guardava para os contra-ataques. Entretanto, o Botafogo pecava na falta de fundamento de seus jogadores.
A começar pelo posicionamento tático do time. Mancini tinha Airton como armador. Carlos Alberto se posicionava mais centralizado, mas não passava de um mero homem de suporte no meio campo. Com Airton na armação, as jogadas botafoguenses pareciam forçadas. O Botafogo recorria aos pontas Zeballos e Daniel, que entrou no lugar de Yuri Mamute, jogador que não se encontrou em campo.
A criação do Botafogo melhorou a partir do momento que Carlos Alberto, cansado, deu lugar a Wallyson. Daniel começou a jogar como homem de armação do time, mais centralizado, enquanto Airton voltava para o seu papel de marcador.
O Flamengo assistia o Botafogo jogar e saía nos contra-ataques puxados pela velocidade de Negueba e Gabriel, que entrariam nas vagas de Paulinho e Everton, respectivamente. Com Mugni apagado no jogo, Luxemburgo promoveu a estreia de Hector Canteros. O Argentino herdava a função de armar o jogo para o time do Flamengo. Pouco apareceu, mas será um jogador importante para o Flamengo no decorrer do campeonato.
O jogo seguiu nessa tônica, até que na fase final da partida, o Botafogo começou a jogar no tudo ou nada e perdeu boa chance de empatar o jogo, em falha do zagueiro flamenguista Marcelo. O final do jogo ainda reservou a expulsão de Cáceres, após receber o segundo cartão amarelo, em falta cometida próxima à área.
Segundo tempo incisivo do Botafogo. Flamengo mais contido na defesa, jogando nos contra-ataques.
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Luxemburgo ainda não teve tempo de desenvolver toda a sua filosofia. Porém, em pouco menos de uma semana de trabalho, nota-se um Flamengo mais obediente taticamente, com um poder de marcação mais refinado e um toque de bola mais envolvente.
Fonte: Quatro Quatro Dois