Meta do ‘Fla em Dia’ é igualar receita de patrocínio do Fla.

Meta do ‘Fla em Dia’ é igualar receita de patrocínio do Fla.
Quem nunca ouviu aquela velha história: Ah, se cada torcedor rubro-negro doasse R$1,00 por mês, os problemas do Flamengo acabariam? Ou então ficou tentado em ajudar de alguma forma, sem saber como ou com receio de ver o dinheiro parar nas mãos de algum aproveitador?

Como um basta, um grupo de torcedores rubro-negros, buscou a inspiração em outros programas desenvolvidos por torcedores de outros clubes, tais como o Botafogo, Vasco e Internacional, para fazer a velha ideia de ajudar o Fla a sair do papel.

Movido pelo desejo de ver um clube forte e sem dívidas, seus fundadores a partir daí, criaram o programa “Fla em Dia” que lançado a menos de um mês, já ganhou as redes sociais e enorme adesão nos primeiros dias, indicando que ganhou a confiança de uma grande parte da Nação.

Em entrevista concedida ao Falando de Flamengo, Luiz Filipe Teixeira, um dos idealizadores do programa explicou como surgiu a ideia, além do passo a passo de como contribuir com a amortização da dívida do clube e de algumas histórias referentes ao nascimento e o crescimento do “Fla em Dia”.

Além disso, deixou bem claro que não pertencem a nenhuma corrente política dentro do clube, sendo o grupo composto apenas por abnegados e apaixonados torcedores movidos pela fé de ver um clube saneado financeiramente e forte em sua estrutura.

Confira a entrevista:

Como funciona o projeto?

“Se trata de um projeto de pagamento de DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) diretamente à PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional). Emitimos DARF igual ao que o Flamengo emite todos os meses para pagar seu parcelamento da dívida. Nos baseamos nos programas do Inter, Vasco e Botafogo. Aliás, nos baseamos mais no do Botafogo que é um dos melhores, muito bem criado. Eles ficaram um pouco chateados mas vamos nos aproximar e tentar algo em conjunto no futuro. Temos que pensar além do clube e do futebol, porque também tem o lado social de pagar os impostos devidos a sociedade, e todos os programas tem esse lado.”

Como surgiu a ideia do projeto? Qual é a sua origem?

“Surgiu de torcedores que não aguentam mais ouvir falar em dívida do Flamengo. Já cansou né. Vamos pagar isso e conseguir avaliar um clube sem dívidas. Eu fico pensando nesse time sem dividas. E gostaria de avaliar os Vice Presidentes e os diretores sem o passado negro.”

Vocês são os idealizadores do projeto? Quais são as ligações destes com o clube? “Existe alguma ligação com a política com a atual gestão do clube?

“Nao temos ligação política. Apesar de sócio, comprei o título por impulso no aniversário de 60 anos do Zico. Não frequento o clube, já que moro na Barra da Tijuca e fica dificil frequentar. Sou Sócio Torcedor e fui Cidadão Rubro-Negro (antigo ST). Não permitiremos que alguém do clube use o Fla em Dia para nada, é da torcida, porque ela que paga o DARF. Se alguém usar o Fla em Dia, vamos nos pronunciar fortemente. Para ficar claro, que somos independentes, o clube só emitiu nota de apoio dias depois do sucesso do site. Gostaríamos ter uma coletiva, como foi no caso do “Flamengo da Nação”, que aliás é um trabalho sensacional do Lucas! Está de parabéns!”

Em suas opiniões, por que os profissionais do próprio clube, em 20 meses de gestão, não adotaram tal idéia antes? Acreditam que existiu falta de proatividade?

“Sou Executivo de Contas de uma grande empresa e não gostaria que meu trabalho fosse analisado por alguém de fora, então é complicado avaliar. Seria leviano da minha parte e poderia até mesmo soar político. Prefiro entender melhor as demandas do Flamengo para analisar e criticar o desempenho dos profissionais que lá estão. Porém, temos que ter em mente que em qualquer instituição há necessidade de melhorar e no Flamengo não é diferente, tem que melhorar e muito.”

Como vocês enxergam uma possível concorrência entre o Fla em Dia e o Nação Rubro-Negra? Acham que o programa vai atrapalhar o crescimento do número de sócio-torcedores?

“Ótima pergunta. Os programas se completam. Todos tem seus pontos fortes. Sócio Torcedor, no meu entender, atende aos torcedores que vão aos jogos. Sua principal atração hoje é o desconto nos jogos e a facilidade de comprar o ingresso, que é carregado no cartão apropriado. Eu sou Sócio Torcedor, o mais baratinho e o programa é fundamental em todos os clubes, vide na Europa. Temos que apoiar. O “Flamengo da Nação” é focado em doação de dinheiro para contratação, com depósito na conta do clube, fácil de ajudar. Eu farei simbolicamente um depósito.

Já o Fla em Dia, é para o torcedor que odeia essa maldita dívida e quer saber para aonde vai o seu dinheiro. Você paga o DARF e o clube não pode tocar no dinheiro. Eu particularmente acho isso incrível. O pagamento cai na PGFN diretamente, abatendo a dívida que estamos pagando. É você, seu DART e a PGFN. É transparente e o Fla em Dia não toca em dinheiro, só emitimos o DARF. Aliás NINGUÉM do Fla em Dia está autorizado a receber dinheiro ou fazer pagamento de DARF de terceiros.”

Você acredita que o sucesso do Fla em Dia se deve, em boa parcela, pelos recursos não passarem nas mãos dos dirigentes?

“Saber que o clube não coloca a mão no dinheiro é muito bom, cria credibilidade e gera tranquilidade. A dívida é do clube mas a torcida que sofre. Então vamos pagar o que mais nos irrita e acabar com o discurso que não se pode fazer isso ou aquilo por causa da dívida. Eu quero ver os dirigentes sem o peso do passado negro trabalhando pelo clube. E vou além. Ninguém que criou essa dívida até hoje se pronunciou a favor do Fla em Dia, pelo menos eu não soube. O clube precisa divulgar muito mais e os “criadores das dívidas” do passado, poderiam se pronunciar. Isso ajuda pessoal. Estamos resolvendo um problema criado por eles e nem mesmo eles nos apoiam? Não quero falar em nomes, não há política aqui, mas não entendo porque pessoas do passado ainda não falaram em TV, rádio ou sei lá onde…”

É natural que o programa receba um bom número de adesões nesse momento, por ser uma novidade para os torcedores. Quais são as ações para que o programa siga recebendo muitas doações com o passar dos meses?”

“Não posso contar as ações que estão por vir mas é uma ótima pergunta. Recebemos 5.000 emails com sugestões em 4 dias. Temos uma agenda de ações com cronograma definido. Após o jogo [contra a Chapecoense], tínhamos uma ação, mas o time perdeu e não pudemos fazer. Por exemplo, colocamos um vídeo do Marcelinho Machado nas midias sociais, e assim que caiu a atratividade pela iniciativa, após milhares de “likes”, soltamos outra ação e assim será. Vale lembrar que temos um parceiro (Wink Midia) nos ajudando. Os caras são rubro-negros e são bons!”

Existe uma meta a ser atingida pelo programa? Existe um período definido de vida do programa?

“Não tinha mas agora tem. Depois de todo o sucesso e aderência da Nação, eu sonho com um valor igual do Guaravita. Algo em torno de 5 ou 6 milhões. Depois de alcançar isso, ir atrás do valor da Peugeot (7 ou 8 mi). Gostaria de sonhar com um valor igual da Adidas, mas vamos ser realistas, 30 e poucos milhões em um ano, é sonhar demais. Mas não duvidemos da Nação nunca!”

Todas as ações vinculadas ao Flamengo são atingidas diretamente pelo que o time apresenta em campo. Vocês temem um possível insucesso do programa caso o Flamengo não se recupere nos gramados?

“Achei que vocês não fossem me perguntar de futebol. É sofrível esse elenco. Foram mais de 20 contratações equivocadas, aqui não se trata de política hein, quero deixar claro. Mas não posso me ausentar de comentar o que vejo em campo. Como contratam mal. Aqui está o torcedor indignado e óbvio que afeta o programa. A segunda-feira, pós derrota, foi fraquíssima em emissões e eu espero ter DARFs não pagos emitidos no final de semana. Isso fará parte.”

Como vocês enxergam a mobilização de alguns rubro-negros que estão criando grupos de incentivo, como grupos no whatsapp para atingir a cota de 2 mil reais para receber a camisa autografada e sorteá-la entre seus participantes?

“As ações dos torcedores são inacreditáveis! É tudo muito forte e passional. Os emails enviados para o Fla em Dia, os incentivos, esses grupos de whatsapp e as idéias enviadas. Nós temos algo que ninguém tem no mundo, que é a essa torcida. A empregada da casa ao lado da minha, me pediu um DARF para pagar, porque ela não tem como imprimir, vocês têm noção do que é isso? Teve a história do “X-tudo com Guaravita”, onde o cara disse que ia deixar de comer para pagar R$10,00. Pode ser uma brincadeira mas veremos muito isso, gente humilde tirando R$ 10,00 de vez em quando para ajudar.”

Qual seria o recado de vocês para os torcedores rubro-negros, passada a ansiedade dos primeiros dias do projeto?

“Continuem a emitir e pagar o DARF. Paguem só R$ 10,00, quando puderem ou quando sobrar aqueles R$ 10,00. Queremos e vamos aumentar a base que já está acima dos 10.000 colaboradores com a ajuda da Nação. Nos ajudem a divulgar. Manter essa base pagando é o desafio mas baseado na credibilidade do programa temos um trunfo, afinal é você, seu DARF e a PGFN abatendo a dívida.”

Fonte: Falando de Flamengo

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07/08/2014

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