Oitavas de final da Copa do Brasil, você está em 15º lugar apenas um ponto a frente da zona de rebaixamento, tem como adversário o líder da Competição e o que você faz? Abre mão de um campeonato onde a derrota parece ser o mais certo de acontecer e prioriza fugir do rebaixamento ou tenta lutar e ganhar corpo na fuga deste rebaixamento?
O resultado da escolha nós sabemos como foi, enfrentamos o líder, escapamos de uma goleada homérica na casa deles e fizemos um gol com nosso jogador mais contestado dos últimos anos e em casa, com tons dramáticos, vencemos e avançamos na Copa do Brasil para vencê-la contra todos os prognósticos inimagináveis.
Este ano o mesmo cenário se desenha, porém muito mais fácil no meu entender. E porque considero mais fácil, porque hoje, entre os 16 finalistas, apenas seis estão nas primeiras posições do Brasileirão e cinco são da série B. Além disso, nos encontramos hoje na 11ª posição, a cinco pontos da zona de rebaixamento e com total sintonia com a torcida. Um cenário realmente melhor que o do ano passado.
Uma diretoria que prega a saúde financeira, não pode em sã consciência permitir que se jogue uma competição, que no ano passado nos rendeu cerca de seis milhões de reais, no lixo como fez o Luxemburgo. Isso tudo sem citar as rendas que foram arrecadadas no ano passado, principalmente na final. E ainda teríamos um bônus da Adidas previsto em contrato.
Essa história de priorizar uma competição em detrimento de outra não costuma dar muito certo. Em 2011 com o mesmo técnico, ficamos oito meses sem perder e éramos favoritos ao título do Brasileiro, veio um jogo da Copa Sul-americana contra a Lau no Engenhão, Luxa colocou um time reserva para priorizar o Brasileiro, perdemos de goleada, enfrentamos uma série de jogos sem vitória no Brasileiro, ficamos longe do título e nos classificamos apenas para a pré-Libertadores.
Sei que nosso elenco este ano tem várias carências, principalmente nas laterais, tanto que contra o Coritiba eram dois jogadores improvisados. Mas no ano passado tínhamos Val, Bruninho, Digão e Marcelo Moreno no banco. E nem o Mano e muito menos o Jayme tiveram medo de colocar o time titular na Copa do Brasil, mesmo correndo um risco maior de queda no Brasileiro.
Se você vem embalado com quatro vitórias consecutivas, vai enfrentar o vice lanterna, a quem você já venceu no mesmo estádio anteriormente, pra que poupar jogador? Por que não ostentar o título de maior vencedor da competição? Por que não dar o direito de sonhar por mais um título da Copa do Brasil?
O Luxemburgo é considerado por boa parte da imprensa como um grande estrategista, mas desta vez escolheu por demais errado a sua estratégia. Sabemos que o resultado é difícil de reverter, e que em futebol tudo pode acontecer, mas se o próprio comandante não acredita e não se esforça pela Copa do Brasil, não serão seus comandados que irão acreditar, a crença só caberá mesmo a nós torcedores para quem sabe virar o resultado.
Obs. 1: “Ser Flamengo é ir em frente onde os outros param, é derrubar barreiras onde os prudentes medram(…) É comungar a humildade com o rei eterno de cada um.” (Arthur da Távola)
Obs. 2: “Quando comecei a jogar pelo Flamengo, aprendi logo que quem veste a camisa do Flamengo tem de mostrar garra e amor à torcida, não importa a qualidade de seu futebol. Caso contrário, é melhor pedir para ir embora”.(Rondinelli, o “Deus” da raça)
Obs. 3: “Tem muita gente se acostumando com a mediocridade” (Mauro Cesar Pereira, comentarista da ESPN)
SRN!!!
Marcelo Neves
Fonte: Flamengo RJ