Nem uma semana passou de uma vitória obtida com muita raça e pouco brilho, voltamos à triste realidade da lanterna. Muito triste, nem ver o Flamengo numa situação deplorável. Muito desagradável ver o Flamengo jogar apequenado contra um adversário modestíssimo, que atua pela primeira vez no primeiro escalão do futebol brasileiro. E olha que esse adversário jogou a Série C há pouco tempo. E esse time não mais do que medíocre vence o Flamengo sem maiores problemas. O hexacampeão brasileiro não ganhou um jogo fora, em treze rodadas. E, pasmem, não marcou um gol sequer sem mando de campo. Em resumo, volta à última colocação jogando um futebol de lanterna.
Enquanto isso, o presidente do clube, sabe-se lá fundamentado em que, garante a nossa manutenção na Série A em 2015. Até agora eu dizia que essa gestão não me dera motivos para desconfiar de sua seriedade. São amadores, em especial no trato com o futebol, mas pareciam ser sérios. Já não parecem mais. Um presidente, após um terço do campeonato jogado, segurando a lanterna da competição, fazer uma bravata dessa natureza, não se pode considerar sério.
Não pode ser ridículo querer enxergar o futuro com a tênue luz da lanterninha. Ele deixará a função de rainha da Inglaterra da Nação Rubro-Negra, de representante-mór do cenáculo da Gávea e passaremos a tratá-lo de Pai Dudu, o vidente rubro-negro. Pai Dudu, os astros, as cartas, as folhas do chá ou os búzios lhe indicam um resultado melhor na próxima rodada? Seria interessante, com a bola murchinha que estamos jogando, desembaçar a sua fajuta bola de cristal e avisar à torcida. Dependendo da sua previsão, Pai Dudu, o torcedor não irá ao jogo, evitando assim prejuízo moral e financeiro.
Eu, sem os poderes da vidência de Pai Dudu, estou bastante preocupado. Aliás, sem os poderes paranormais de nosso presidente, jamais poderia imaginar ver o Flamengo numa condição tão indigente, tão incompatível com as tradições rubro-negras. Quem viu o Flamengo campeão tantas vezes, inclusive da Libertadores e do Mundial de Clubes, não poderia crer na chegada a esse estágio de fragilidade. Eu testemunhei da arquibancada a conquista dos SEIS títulos brasileiros do Flamengo e agora sou submetido à desfaçatez de ver o time jogar treze rodadas na mesma competição em 2014, ganhar duas, empatar quatro e perder SETE VEZES! Isso é humilhante!
E não me venham com o enxovalhado discurso de falta de dinheiro, de pagamento de dívidas, de isso e aquilo. NÃO HÁ JUSTIFICATIVA ACEITÁVEL para essa vergonha. Não houve planejamento, se contratou e se gastou muito mal e o resultado é esse constrangimento para quase quarenta milhões de torcedores, obrigados a escutar piadas de todo o tipo em qualquer lugar. Incrível ouvir a torcida da Chapecoense entoar cânticos patéticos e nos obrigarmos a deixar escorregar goela abaixo o sapo catarinense coaxando.
A verdade, nua como a virgem do rebaixamento a ser deflorada e crua como o batráquio goela abaixo, é que JAMAIS estive tão assustado com o futuro rubro-negro. Os resultados vexatórios se sucedendo, as exibições de baixíssimo nível assombrando rodada após rodada, a expressão desolada de um técnico cascudo como o Luxemburgo, após fazer várias mudanças, alternando táticas, sem êxito. Isso me fez lembrar de como o Elias tem sido importante para os gambás. No exato momento que o Alecsandro perdeu uma inacreditável oportunidade, com apenas o goleiro pela frente, me lembrei também da venda do Brocador e do pequeno torcedor chorando no gol do Flamengo domingo passado. DIREÇÃO, OLHEM O QUE PLANTARAM!
Mas, vamos adiante. Pai Dudu garante.
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Fonte: Magia Rubro-Negra