Deixar a zona da degola representou um alívio ao Flamengo para a sequência do Campeonato Brasileiro. O clube defende na atual edição o fato de jamais ter sido rebaixado, mas a permanência na elite também tem motivação financeira. Os dirigentes sabem que uma queda de divisão traz impacto considerável nas receitas. E entre elas está a verba destinada pela fornecedora de material esportivo.
A Adidas paga ao Rubro-negro pouco mais de R$ 35 milhões por temporada. O valor está dividido entre o fixo anual em dinheiro – R$ 12,5 milhões -, royalties, teto de material fornecido e ações de marketing. Apesar de o contrato ser um dos principais do país, o Flamengo corre o risco de arcar com severas punições se fracassar dentro das quatro linhas.
A empresa alemã pode reduzir 15% do valor investido no clube em caso de rebaixamento, o que apresenta a conta de pouco mais de R$ 5 milhões fora dos cofres somando-se as áreas de atuação. Se o time permanecer na Série B por dois anos seguidos corre o risco de perder 50% do patrocínio.
E a ameaça não funciona apenas no que envolve uma queda. Caso o Flamengo fique abaixo da 13ª colocação ao término do torneio, o valor anual do pagamento cai em 10% (R$ 3,5 milhões considerando-se o total).
Diante da delicada situação financeira do clube, que luta para se reerguer, a administração Bandeira de Mello reconhece as dificuldades em caso de rebaixamento. Também existe o temor em relação ao número de sócios-torcedores e bilheteria, receitas importantes que podem sofrer redução se a equipe não alcançar o objetivo definido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
Até por isso, a vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba foi muito comemorada. O Flamengo deixou a zona da degola após quase três meses e precisa manter o aproveitamento para não correr riscos. Desta forma, o objetivo será cumprido nos dois aspectos: a manutenção do time na Série A e a garantia de receber as receitas acordadas em contrato com a Adidas.
Fonte: UOL