A discussão sobre o valor do preço dos ingressos praticado pelo Flamengo nos jogos no Maracanã merece um pouco mais de cuidado.
E deve também passar longe da impopularidade do vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista _ o Bap.
É claro, lógico, e evidente que um dos segredos da recuperação no Brasileiro está na participação em massa da torcida.
Todo mundo sabe disso e até os adversários já se manifestaram.
O técnico do Coritiba, por exemplo.
Marquinhos Santos assumiu que seus jogadores sentiram a pressão na partida que definiu a vaga nas quartas da Copa do Brasil.
E vejam que só havia 18.559 pagantes no estádio.
E o próprio Bap deve saber disso.
Mas há que se pagar a conta.
É preciso que alguém olhe com frieza para o balanço contábil e estabeleça relação confortável entre receitas e despesas.
É bonito ver o Maracanã lotado e está claro que isso só será possível se os ingressos chegarem ao torcedor em valores acessíveis.
A economia brasileira está estagnada, não há dinheiro circulando no mercado e a verba que se arrecadada com a bilheteria dos jogos passa a ser uma das poucas saídas viáveis para cumprir o fluxo do departamento.
É preciso, no entanto, saber esticar essa corda.
Frouxa, ela gera o desconforto financeiro.
Esticada em demasia, corre o risco de arrebentar e provocar o caos institucional…
FOGO AMIGO
O Flamengo não pode, porém, deixar que a discussão provoque ruptura nas relações.
Seja ela entre dirigentes, como o mal estar entre Bap e o novo vice de futebol, Alexandre Wrobel, ou entre os jogadores e a direção.
Há muito que a sintonia entre clube, time e torcida rubro-negra não flui com tanta naturalidade.
Por isso, custo a crer que não haja na Gávea uma cabeça pensante capaz de equacionar o problema.
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira