O problema financeiro vivido no futebol brasileiro fica cada dia mais exposto. Os noticiários, quase semanalmente, mostram esse problema que atinge a maioria dos clubes, tanto na Série A e B quanto na Série C e D. Apesar de o futebol paranaense ter esse assunto debatido com maior frequência devido ao Paraná, o Coritiba também possui atrasos salariais, mas que são tratados em sua maioria internamente. E essa não é uma proeza apenas do Estado, pois um grande número de times brasileiros passa pela mesma situação.
Atualmente, na Série A, três clubes confessam que não tem cumprido com as obrigações salariais aos seus funcionários no prazo certo. Na Série B, o número cresce e chega a quase metade dos participantes: oito.
Apesar de parecer que não seja algo tão assustador, apenas Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras, Chapecoense, Figueirense, Criciúma, Vitória e Sport não tiveram nada relacionado ao problema salarial neste ano. Mas há notícias desse histórico em um passado recente e “nadar em dinheiro” é uma realidade muito distante.
Confira abaixo um panorama feito pelo Terra com as principais equipes do país:
Paraná
O Atlético-PR é o único do trio com as finanças em dia. Pelo menos na questão do futebol profissional, excluindo as obras da Arena da Baixada. Até pela política da gestão rubro-negra, os jogadores evitam expor algum problema do clube com medo de uma possível repreensão.
No Coritiba, o atacante Zé Love e o zagueiro Leandro Almeida expuseram o atraso salarial de três meses no Instagram – algo já feito pelo próprio zagueiro no ano passado, por meio do Twitter. A diretoria alviverde alega que o débito chega a dois, mas não existe uma promessa de pagamento.
O Paraná é o que tem o pior cenário. Desde 2008, quando estava na Série B, o noticiário em relação aos salários atrasados é frequente pelos lados da Vila Capanema. No momento, o débito é de dois meses e constantes promessas de pagamento não cumpridas, fora greves feitas – como não treinar – na temporada.
Rio de Janeiro
O Fluminense, com apoio da Unimed, dificilmente vive esse dilema. Ano passado, até chegou a atrasar dois meses de salário no segundo semestre. Em 2014, direitos de imagem de atletas mais experientes atrasaram em abril, sendo resolvido sem alarde. O Vasco está passando a crise que vem desde o primeiro semestre aos poucos. Na metade do mês passado, a direção recebeu luvas de sua nova fornecedora de material esportivo e pagou o mês de junho.
O time rubro-negro carioca teve que se virar nesse quesito em janeiro e a partir de maio. Apesar disso, o atraso que acontece na Gávea é de poucos dias, não estendendo a um mês completo – o que é constantemente valorizado pela atual diretoria.
Crítica é a situação do Botafogo. Exposto nacionalmente por seus atletas, o time alvinegro parece não ter uma luz no fim do túnel tão cedo. A pendência, atualmente, está em dois meses de salários e seis de direitos de imagem.
Rio Grande do Sul
A dupla Internacional e Grêmio está rigorosamente em dia. Semana passada, surgiu a informação de que os direitos de imagens da equipe colocaram estavam atrasadas em três meses. A direção nega.
O problema de fato acontece no interior. O Juventude quase completou três meses de atrasos, pagando um mês somente no dia 29 de agosto. A direção alega que o atraso é de um mês e não dois. O Caxias, da mesma cidade, não apresenta problemas nesse sentido.
São Paulo
Nos quatro grandes de São Paulo, a questão é rara. O Santos, no litoral paulista, viveu o problema salarial de dois meses em abril, além de premiações e reclamação do volante Cícero, agora no Fluminense. No mesmo mês, a direção conseguiu quitar o débito e nega que existiu outra dívida em junho com seus atletas.
O Corinthians passou pelo problema logo em janeiro e, após quitar dívidas fiscais, projeta que possa existir um novo atraso em novembro. Para isso não acontecer, o clube pode vender um de seus atletas para aliviar o caixa.
No Palmeiras, o débito aconteceu em 2013, na disputa da Série B. Neste ano, tudo corre normalmente. O São Paulo, que sempre teve a fama de bom pagador, deve premiações a seus jogadores e nega que exista qualquer tipo de atraso durante o ano, tanto para atletas quanto para o técnico Muricy Ramalho. Também há rumores de atraso nos direitos de imagem, o que o presidente Carlos Miguel Aidar nega.
No ano passado, o elenco da Portuguesa fez greve em dezembro por não receber. Na semana passada, os zagueiros Valdomiro e meia Coutinho saíram do clube através da Justiça por conta dos atrasos no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A diretoria afirma que apenas julho está em atraso nesse quesito, com os salários sendo pagos.
Fonte: Terra