Quem poderia prever que no fim daria tudo certo? Que jogo! Tudo bem, essas emoções fazem parte da história do futebol, mas não precisava correr o risco de matar ninguém do coração. É nessas horas que, apesar de estar uns quilos acima, descubro que estou bem de saúde.
A contagem era de três a zero pro Coritiba por conta da peculiar primeira partida, a competição não era prioridade, o time em campo era misto… Mas quem liga pra isso? Como disse na última crônica: “duvido que nessa maré de sorte que a gente está, você também não vai estar torcendo incondicionalmente”.
É claro que a vitória foi pra deixar a gente maluco e sem dormir, mas acho que o mais importante foi ver o Flamengo dando a vida dentro de campo. Não tinha mais nada a perder, e por isso foi na busca incansável de ganhar.
Isso acabou construindo um oposto favorável ao que ocorreu no primeiro jogo, onde a principal razão para a derrota foi o simples fato do time ter jogado de tal forma que infelizmente não conseguiria impedir que terminasse de outro modo. A cabeça estava visivelmente em outro lugar, presa no Brasileirão.
Dessa vez, aparentemente a cabeça não estava nem no Campeonato Brasileiro e talvez nem na Copa do Brasil. Mas sim em ser Flamengo e honrar o Manto Rubro-Negro durante aqueles 90 minutos.
Digo isso com a sinceridade de quem viu a classificação como um “detalhe”. Era uma missão complicada fazer três, e fizemos. Após o apito do juiz, tudo que viria a acontecer seria só um acréscimo de felicidade. Se o Paulo Victor não estivesse numa noite que fatalmente ficará na sua memória pra sempre, e se os jogadores não convertessem suas cobranças de pênalti, ainda assim eu viria aqui agradecer pelo que vivemos ontem.
Mas o Flamengo não se contenta apenas com agradecimentos e reconhecimento. Ele sabe que em qualquer adversidade tem no seu sangue o potencial para tentar ser o melhor. Algumas vezes dará certo, outras não. E quando não der, continuará sendo o maior de todos, porque, ao contrário de um placar, isso sim já seria um tanto quanto complicado mudar.
Vale lembrar… ano passado, na mesma etapa da competição, passamos um perrengue pesado para vencer o Cruzeiro. Dali pra frente o time buscou forças inexplicáveis e ganhou moral, o que gerou o brilhante desfecho de levar a taça pra casa.
Pode ser que já seja viagem minha e eu esteja completamente influenciado pelo que aconteceu ontem. Mas vai querer duvidar? Então deixa o impossível com o Flamengo.
Fonte: Primeiro Penta