Até um determinado momento seria possível explicar o Flamengo e Palmeiras sob os pontos técnico ou tático. Mas, a partir do intervalo, foi uma partida que se desenhava mais pelo imponderável, pela briga dos dois times e pelas reviravoltas. Um resumo: domínio rubro-negro, reação palmeirense, e Valdivia voltando a ser Valdivia.
O que se via no início do jogo era um time organizado, bem postado, consciente do que deveria fazer (Flamengo) e um bando com jogadores que pareciam ter se conhecido naquela noite (Palmeiras).
Não era à toa. Dorival Jr. tinha optado por uma série de novidades, Juninho de volante, João Pedro, na lateral, e um sistema novo no ataque. Vanderlei Luxemburgo usava o mesmo time que tem jogado as últimas partidas, com marcação forte no meio de campo e saída rápida com Éverton.
Tanto que foi em uma jogada pela esquerda do ataque rubro-negro que João Paulo cruzou para o meio e encontrou Canteros. Juninho escorregou e ele bateu para abrir o placar.
O segundo gol foi uma repetição dos erros de outros jogos palmeirenses com a saída errada de bola de Deola. Houve um toque de leve no braço de Eduardo da Silva antes do passe para o gol de Alecsandro. Reclamação alviverde, mas não dá para ter certeza de que houve irregularidade. Parecia que podia sair uma goleada. Mas só parecia.
Após o intervalo, com as entradas de Valdivia e Allione, e principalmente com nova postura combativa, o Palmeiras se tornou outro. E isso foi percebido logo no primeiro lance de ataque surgido em chutão de Lúcio. Diogo aproveitou-se de falha de Léo Moura e descontou, em seu primeiro gol em muito, muito tempo.
O Flamengo recuou de vez e aceitou a pressão quando Luis Antônio entrou no lugar de Eduardo da Silva. Sua maior organização se deixou intimidar pela vontade palmeirense. E foi assim que Vitor Luis, no arranque, empatou o jogo em um chute improvável com pouco ângulo.
O Palmeiras tinha coração no que lhe faltava de estratégia, e parecia que iria virar. Mas só parecia. Valdivia ganhou uma bola de Amaral, se enroscou com ele, perdeu a disputa e pisou no adversário. Foi expulso e interrompeu a reação.
O Flamengo voltou a dominar a jogo e por duas vezes esteve muito perto do gol que não saiu. O time carioca ficou com um gosto amargo por abrir dois gols e permitir o empate. A equipe alviverde se viu frustrada com a interrupção da reação que poderia ser salvadora, um ponto de mudança na campanha atual. A diferença é que os palmeirenses vão dormir na zona de degola.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos