Estacionados no meio do caminho.

O Flamengo teve uma queda de rendimento desde a derrota do Grêmio, que fez o time estacionar no meio da tabela indeciso se segue o discurso de Luxemburgo –que insiste que a briga é contra o rebaixamento – ou se aspira voos mais altos e tenta brigar pelo G4, são 7 pontos até a degola e 10 até a Libertadores.

Mas não é só na tabela que o time está indeciso, pelo contrário, a posição na tabela é reflexo da própria limitação do elenco e do treinador. Enquanto no grupo há posições carentes que só poderão ser resolvidas no ano que vem, não adianta olhar a série B, a comissão técnica precisa decidir o que quer e trabalhar para isso, mesmo que implique em arriscar e mexer em peças importantes.

A defesa está segura, o sistema defensivo funciona bem, apesar de ainda sofrer com as jogadas aéreas, principalmente sem Samir e Marcelo no time. Mas o meio e o ataque não funcionam, há um buraco na transição que é justamente a faixa de criação, o local de onde vem o último passe, que saem as jogadas agudas e onde aparecem os jogadores que vem de trás para finalizar.

Jogar no 4-3-3 como o Flamengo faz exige que os volantes que atuam pelas laterais subam mais e juntos, formando um 2-3-2-3 com os dois laterais se unindo ao 1° volante, os outros 2 volantes encostando no atacante e pontas, fazendo com que haja pelo menos 5 jogadores no ataque. Canteros e Luiz Antônio encaixam bem nesse esquema, Márcio Araújo quebra um galho pela direita.

Outra alternativa para o Flamengo seria mudar para o 4-4-2 empurrando Éverton para o ataque com Eduardo, Alecsandro pro banco para a entrada de um meia, que hoje poderiam ser Mugni ou Matheus. Assim teríamos um meio em losango com os 2 volantes de lado em posições mais intermediárias deixando os laterais um pouco mais livres pra subir, apesar de eu achar isso uma bobagem com Léo Moura sem pernas para atacar e defender, faz um ou outro e, ainda assim, mais ou menos.

O que aconteceu hoje contra o Fluminense foi justamente reflexo dos problemas citados acima. Com Eduardo em campo tínhamos quase 4 jogadores na linha de frente, não era incomum ver quase em linha Luiz Antônio, Alecsandro, Eduardo (mais pela esquerda hoje) e Éverton, o que funcionava razoavelmente bem nas jogadas pelas laterais. Quando a jogada vinha pelo meio com Eduardo recuando e tentando distribuir o jogo, também havia perigo pela boa movimentação e visão de jogo do atacante.

O problema é que pouco após abrir o placar, Eduardo sentiu a coxa e precisou ser atendido, voltou pro jogo, mas diante do desconforto pediu para sair e aí desmontou o ataque rubro-negro. Sem ter quem ocupasse o meio e sem levar perigo com sua boa movimentação, Éverton não conseguia achar ninguém bem posicionado para cruzar, o meio perdia muitas bolas e Mugni, que havia entrado no lugar de Eduardo, escorregava demais no campo molhado.

Pressão do Fluminense, que atacava bastante em cima de Léo Moura e Luiz Antônio, prendendo o volante que melhor ocupava o meio de campo ofensivo, insistência nas jogadas aéreas e, por fim, o gol de Fred que cabeceou livre após cobrança de falta de Conca. O empate fez o Flamengo recuar e tomar mais pressão no finzinho do 1° tempo.

Após o intervalo a postura do Flamengo era distinta, tentou inverter a pressão e, por vezes, deixou o jogo aberto. Enquanto o tricolor levava mais perigo, obrigando Paulo Victor a fazer boas defesas, o Flamengo tinha mais volume de jogo e chegava mais, porém pecando muito no último passe. Alecsandro, elogiado por Juninho na transmissão da Globo, mostrou vontade, se movimentou muito, mas errado.

Ao contrário de Eduardo, Alecsandro nunca está onde e quando deveria, acaba pegando a bola muito marcado ou mal posicionado, o que gera finalizações ruins ou passes errados ao redor da área adversária. Elton o substituiu após metade do 2° tempo, mas só mostrou que tem coisa pior que Alecsandro no elenco, mesmo nível de Arthur, que é horroroso.

Foi a entrada de Gabriel e o cansaço dos jogadores do Fluminense, que fizeram o Flamengo pressionar em busca do 2° gol, chances foram desperdiçadas por deficiência no fundamento de vários jogadores, principalmente Éverton, que chega relativamente fácil a área adversária de frente pro gol, mas na hora H chutava mal, fraco ou sem direção.

O empate em 1 x 1 foi justo, já que o Flamengo foi melhor no início e no fim, enquanto o Fluminense mais perigoso no 2° e 3° quartos de jogo. Porém o resultado marcou o 1° bloco de 4 jogos sem alcançar 50% dos pontos, foram 2 empates, uma vitória e uma derrota, motivo pelo qual o Flamengo empacou no 10° lugar ao invés de conseguir diminuir a vantagem para os times de cima.

Saudações Rubro-Negras

Fonte: Flamengo em Foco

Coluna do Flamengo

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