Em mais uma tarde de sonhos para a Nação e de pesadelo profundo para a arcoirisada, vencemos mais um jogo fora.
Já houve tempo que vencer jogo fora era material tão raro que o Tio aqui, velho Lobo das Estradas de longa data, acabou lapidando frase padrão para, quando do retorno ao Rio, proferir para os infiéis que me imaginam triste e ressabiado após viajar léguas e não coletar resultado positivo: “jogo fora é pra perder”.
Fomos lá pra Salvador e trouxemos mais três pontos. Para apimentar o roteiro, protagonizando os lances cruciais que nos conduziram à vitória, Juan Marrentinho em tarde (des)inspirada, provou que até de forma involuntária o mantra verdade “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo” funciona.
Para o episódio de número 19, aquele que marca a metade da saga, o destino nos reservou a certeza de um capítulo extraordinário e com efeitos visuais inesquecíveis.
É aquele tipo de jogo que você já vai sabendo que o valor pago no ingresso foi injusto e ficou barato. Estrelando, a Nação Rio em todo o seu esplendor, insanidade, paixão, beleza e tantos outros quantos adjetivos infindáveis o leitor queira acrescentar.
Curada de forma definitiva do torpor e da modorrência, encanto que vinha minguando em muito sua participação desde janeiro, ainda no Carioqueta, o monstro despertou ainda quando nos encontrávamos com a incumbência incômoda de segurar a lanterna do campeonato.
O episódio de hoje já tinha tudo pra ser filmado com esse cenário paradisíaco/infernal de um Maracanã lotado, após a classificação heróica pela Copa do Brasil o treco firmou de vez. A Nação Rio correu pra fila e esgotou os ingressos, como tem que ser. Ainda mais com os preços camaradas que os Smurfs têm praticado. Provavelmente iluminados pelo Luxa e doidos pra jogarem os valores lá para a estratosfera outra vez. Mas isso é assunto pra outra hora.
Pior pro Grêmio, que já vem vivendo seu inferno astral, tendo sido eliminado da Copa do Brasil porque alguma imbecil resolveu ofender o goleiro do Santos (??!!). Além dessa coisa surreal, terão que enfrentar o revolto e barulhento Mar Rubro-Negro, e ainda por cima sem o Pirata Barcos para ajudar a remar contra a maré.
Teríamos muitos desfalques no nosso elenco para esse episódio. Quis o destino que tenhamos mais de dez mil guerreiros para entrar no lugar de cada um dos ausentes. Todos loucos, aos berros e confiantes na conquista de mais três pontos. Como é bom ser Flamengo.
Tudo isso hoje… Ao cair da noite…
Não percamos.
Fonte: Falando de Flamengo