O Flamengo está apto a receber a verba da Confederação Brasileira de Clubes. São cerca de R$ 130 milhões que estavam, há anos, parados na conta esperando a regulação para distribuição entre os membros. Trata-se de 0,5% de toda verba arrecadada da loteria.
Dos clubes olímpicos tradicionais, o Pinheiros ficou de fora. O Minas TC foi habilitado, além do Curitibano, Paulistano, Grêmio Náutico União e do Tijuca. Dos times de futebol, aparece apenas o Paraná.
O primeiro edital foi lançado e contempla a aquisição de equipamentos, totalizando o valor de R$ 20 milhões que serão distribuídos. Após essa fase de aptidão, vem a fase de habilitação e classificação. Dia 20 de outubro será divulgado o resultado final com a ordem das propostas apresentadas.
O segundo edital acabou de ser lançado e agora contemplará a formação de atletas olímpicos, totalizando R$ 57 milhões. O prazo final para a lista dos projetos aprovados é 27 de fevereiro do ano que vem.
O caminho percorrido foi longo. Dentro da Gávea, todo o esforço foi direcionado para transformar o Flamengo em uma instituição que cumpre suas obrigações – como qualquer cidadão brasileiro – e conseguir as Certidões Negativas de Débito. Com elas em mãos e a credibilidade de volta, o clube pôde, inicialmente, apresentar os primeiros projetos via incentivo fiscal pelo Ministério do Esporte e Governo Estadual.
Mas precisava dar mais um passo. Com muito esforço, os clubes formadores de atletas olímpicos conseguiram que um percentual da verba da loteria fosse destinada aos verdadeiros produtores de matéria-prima para o futuro olímpico.
Entretanto, para isso, o Estatuto precisava ser adequado à Lei Pelé. Com uma mobilização que contou com o apoio de importantes atletas Rubro-Negros e diferentes correntes ideológicas da Gávea, o Flamengo conseguiu alinhar sua Carta Magna às Leis Federais – e se habilitar ao recebimento de verbas através desse mecanismo.
Desde que ficou em dia com seus impostos e débitos antigos, o clube recebeu, através de Leis de Incentivo (ICMS e IR) o aporte de algo em torno de R$ 25 milhões – que inclui a contribuição de R$ 1,2 milhão feita por torcedores em suas declarações de Imposto de Renda particulares. Considerando os dois anos de contrato de patrocínio estabelecido com a Caixa para o time de futebol, chegamos a um total aproximado de R$ 75 milhões arrecadados nesse período.
Esses valores propiciaram, entre outras coisas, a montagem do elenco do Basquete que venceu tudo em 2013 (Estadual, NBB e Liga das Américas) e a autossuficiência de Esportes Olímpicos como Judô e Ginástica e outros que estão muito próximos disso. Muito em breve, o clube estará confirmando sua histórica vocação de grande formador de atletas olímpicos e, para isso, contará com uma estrutura fortalecida, justamente, por receitas que, antes, sequer poderia almejar dada sua situação com os Entes Públicos.
Neste meio tempo, surgiu ainda a inscrição do nome do clube no Cadin (provocada por mais um “esqueleto do passado”), que colocaria por terra todo o sacrifício nesse sentido. Mas o Flamengo conseguiu retirar seu nome do cadastro informativo de créditos não quitados. O Rubro-Negro apto significa que o clube cumpriu todas as rígidas exigências para ser habilitado e poder participar da distribuição dessa importante verba para a autossuficiência dos Esportes Olímpicos – sem sangrara o orçamento do Futebol.
E tem gente que está com a língua tostada há tempo. Ou o dedo…
Fonte: Sócios pelo Flamengo