Nada melhor do que utilizar como assunto para a derrota do Flamengo a palavra natural, que se encaixa em várias possibilidades dentro da perspectiva do jogo, em especial a camisa em que o time entrou em campo. Após quatro horas de viagem, darei meus pitacos sobre o que vi no Maraca na noite de sábado. Não relevem se escrevi besteira.
Pra começar, e com todo respeito aos designers que fizeram essa camisa, é feia demais. Já tinha achado estranha ao ver a apresentação dela, mas ver ao vivo no estádio foi realmente a constatação. Parece que estamos fazendo apologia às drogas vestindo isso, fora que esse vermelho e branco mais parece com a camisa do Internacional do que com a do Flamengo.
Sobre o jogo, a derrota foi natural, dentro daquilo que foi apresentado pelo time em campo e até mesmo nos últimos jogos. Uma coisa que nós, do Flamengo em Foco, nunca deixamos de fazer é mascarar os defeitos do time mesmo em tempos de vitórias. E olha que sofremos cada acusação, de ser oposição e disso ou aquilo que é até irrisório. Aproveito a ocasião para afirmar que não temos ligação política com nenhum grupo do Flamengo e que somos apenas torcedores bem intencionados.
Voltando a falar do time, cansamos de expor os defeitos da equipe aqui ou no Twitter, durante as transmissões dos jogos. Nossos laterais são fraquíssimos, nosso meio-campo é pouco participativo e criativo e o Alecsandro é um cara completamente perdido como jogador de futebol. O dia que ele, no auge dos seus 33 anos, entender que precisa fazer o simples e botar a porra da bola no fundo da rede, talvez mereça ser titular de um time grande. Não é atoa que perambulou como por vários clubes, sempre sendo preterido quando chegava um centroavante um pouco melhor.
Não dá pra ver um cara tentando dar uma bicicleta dentro da pequena área quando a melhor opção seria o cabeceio. Ou tentar encobrir o goleiro – contra a Chapecoense, quando podia-se tocar no canto. Na viagem, eu e uns amigos falávamos que o Hernane, por mais limitado que fosse, não perdia esses gols. Talvez seja hora de Luxemburgo relevar que o cara fez 19 gols no ano (muitos de pênalti e em times de menor expressão no Carioca), e começar a pensar na possibilidade de por Elton, ou qualquer outro, em campo.
Criticar Léo Moura, João Paulo, Recife e cia. já virou rotina e nem preciso falar disso mais. Chamo a atenção para outro jogador do nosso meio-campo que não se adaptou ao clube, parece. Hector Canteros. O argentino, mesmo sendo o único do time que pensa o jogo de frente, segue insistindo em lançamentos bisonhos em passes que atravessam a defesa toda e que não dão certo, ou porque o zagueiro adversário consegue cortar, ou quando passa, a bola foi tão forte que nossos capengas alas/pontas não conseguem chegar. Não adianta tentar me convencer que é o time que não dá opção, o próprio erra passes por “inventar demas”.
Quem também não merece a vaga de titular é Mugni, que faz raiva porque joga o tempo todo com a cabeça baixa, tentando jogadas que só parecem que dariam certo na mente dele. Fora a quantidade absurda de desarmes que sofre porque segura a bola demais. Na TV não dá pra ver isso tão claramente quanto do estádio.
Por fim, venho falar da naturalidade com que encarei essa derrota. Os quase 60 mil presentes deram um show na arquibancada, apoiando o tempo todo – inclusive após o apito final. Não é culpa do Márcio Araújo ser ruim e jogar no Flamengo, a culpa é de quem o colocou lá! Luxemburgo está de parabéns pelo trabalho que vem fazendo, mas nem sempre vai dar pra “carregar o saco de cimento” pra casa. Vamos aceitar que essa é a nossa realidade.
A ideia é seguir com 2014 assim, ganhando ou perdendo de 1 a 0, e quem sabe não beliscamos um tetra da Copa do Brasil? Ano que vem, com um elenco mais enxuto e com jogadores mais bem preparados para vestir o manto, a história pode ser outra. A lição 2013 ainda não foi aprendida.
Ps.: o que acontece com esses jogadores diante de estádios cheios de flamenguistas? Segunda vez no ano que a torcida apoia em massa, me a segunda derrota com o time jogando de forma semelhante. (vs. León)
Fonte: Flamengo em Foco