Tarde de jogo no Maracanã. A torcida esgota todos os ingressos de maneira antecipada. O time, desfalcado, parece saber das suas limitações e passa todo o primeiro tempo acuado. Mas não a torcida. Essa canta, vibra e se mostra presente de corpo e alma o tempo todo.
Começa o segundo tempo e o jogo muda. O Flamengo tem muito mais posse de bola e pressiona, conseguindo alguns bons lances. Se no campo o jogo estava diferente, na torcida nada tinha mudado: cantávamos alto, forte e nosso grito ecoava no Maraca.
E o jogo foi passando, o tempo foi acabando, nada de gol. Nos acréscimos, um pequeno silencio, seguido do canto rubro-negro, novamente alto, forte. Talvez o mais forte de todo o jogo. Foi gol. Mas não foi nosso?
O time honrou o manto. O Flamengo foi Flamengo o jogo todo. E orgulhou os torcedores. Hoje não foi dia de vencer. Hoje foi dia de ser rubro-negro, de erguer a cabeça, de renovar o sentimento de honra e respeito pela nossa maior paixão.
Ontem foi o dia de perder e rapidamente trocar qualquer tipo de tristeza por confiança. Confiança por perceber que o caminho do time é seguro. Confiança por ter a certeza que estamos fechados com o certo.
As vozes que ecoavam ao fim do jogo demonstram que perdemos, mas vencemos a desconfiança e reabastecemos os nossos corações do mais puro rubro-negrismo. Sessenta mil no Maracanã, quarenta milhões em todo o mundo estão, senão felizes, intactos em sua paixão.
Como é bom ser Flamengo.
Fonte: Falando de Flamengo