A sequência de cinco vitórias no Campeonato Brasileiro foi boa, mas o preço de deixar a Copa do Brasil de lado pode custar bem caro para o Flamengo de Vanderlei Luxemburgo. Mais precisamente, R$ 19 milhões. A matemática é simples: basta espelhar a campanha que resultou no título em 2013, entre premiações e bilheterias a partir das quartas de final, e também a primeira fase Libertadores do ano seguinte.
Um novo título, obviamente, dependeria de inúmeras variáveis ao longo do ano. Mas a postura indicada pelo Flamengo foi mesmo de não se importar tanto com a defesa da taça exibida atualmente na Gávea. A escalação de um time misto, com três zagueiros, e a derrota de 3 a 0 diante do Coritiba fora de casa deixaram a vaga e os milhões ainda mais distantes. Situação no mínimo incômoda para uma diretoria que vive a fazer contas para tentar manter o equilíbrio financeiro.
Simplesmente por estar nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Flamengo tem direito a R$ 530 mil. A partir daí, a premiação cresce: quartas de final (R$ 740 mil), semifinal (R$ 850 mil) e vice-campeão (R$ 1,8 milhão) ou campeão (R$ 3 milhões). Nas bilheterias, com o Maracanã abarrotado, o valor seria ainda maior.
Apenas na final contra o Atlético-PR em novembro de 2013, a diretoria rubro-negra pôs R$ 5,6 milhões no bolso. Na semifinal contra o Goiás o montante foi de R$ 1,8 milhão. Nas quartas, diante do Botafogo, R$ 1,5 milhão. Resultados em campo e nas finanças, o sonho de qualquer administração que imagina ser bem-sucedida. Mas o valor aumenta com a Libertadores.
Com a classificação para a fase de grupos, o Flamengo recebeu da Conmebol, em 2014, 900 mil dólares (R$ 2 milhões) pelos três jogos como mandante. As bilheterias, novamente, foram altas. Diante de León, Bolívar e Emelec, o clube embolsou, já descontadas as partes do acordo com o Consórcio Maracanã, cerca de R$ 1,5 milhão, R$ 1 milhão e R$ 900 mil respectivamente. Entre bilheterias e premiações dos dois torneios, o valor atingiria um total de, no mínimo, cerca de R$ 19 milhões. Motivo suficiente para pensar se entrega de vez os pontos ou busca trilhar caminho parecido com 2013, quando terminou a temporada em ceu de brigadeiro. Na bola e na calculadora.
Sócio-torcedor, outra questão
Menina dos olhos de parte da diretoria, o programa de sócio-torcedor do clube, o Nação Rubro-Negra, também encara reflexos diretos da campanha na Copa do Brasil. A base é, também, a performance vitoriosa de 2013.
Lançado no ano passado, o programa ainda não tinha alcançado uma explosão de sócios. Até a reta final da Copa do Brasil. De outubro para novembro de 2013, quando foram disputadas as fases de semifinal e final da competição, o Nação Rubro-Negra galopou de 40 mil para 60 mil sócios-torcedores.
Em seguida, chegou à casa dos 64 mil e ficou atrás apenas de Grêmio e Internacional, os líderes do futebol brasileiro. Hoje, diante das más campanhas na Libertadores e no Brasileiro, houve um recuo para 54 mil sócios-torcedores. O impacto é, também, financeiro.
Com a avaliação do valor médio do plano em R$ 50, a explosão de 20 mil novos membros entre outubro e novembro fez a arrecadação mensal crescer R$ 1 milhão. Não por acaso, Vanderlei Luxemburgo cita em quase toda entrevista a necessidade de ajuda da torcida via o programa.
O que rendeu a Copa do Brasil em 2013 para o Flamengo a partir das quartas de final:
Premiações:
Quartas de final – R$ 700 mil (neste ano será R$ 740 mil)
Semifinal – R$ 800 mil (neste ano será R$ 850 mil)
Campeão – R$ 3 milhões
Libertadores – 900 mil dólares (R$ 2 milhões)
Bilheterias:
Fla x Botafogo (quartas) – R$ 1,5 milhão
Fla x Goiás (semifinal) – R$ 1,8 milhão
Fla x Atlético-PR (final) – R$ 5,6 milhões
Fla x Emelec – R$ 900 mil
Fla x Bolívar – R$ 1 milhão
Fla x León – R$ 1,5 milhão
Total: R$ 18,9 milhões
Fonte: ESPN