Eu sei como vão dormir os milhões de rubro-negros nesta noite. Todo mundo sabe. Todos já passaram por um dia de vitória com viradas épicas, polêmicas e pênaltis.
Todos sabem como é não ser Flamengo. Menos eles.
E talvez numa noite como estas seja impossível que eles possam entender o que sente um torcedor rival. Mas é nítido, angustiante, quase divertido.
O índice de revolta a um pênalti mal marcado pro Flamengo é proporcional ao de um assassinato. E sim, foi “mal marcado”. Ok, eu me rendo, usemos então a frase que todos os não rubro-negros estão loucos pra ler: “Foi roubado!”
O problema é que esse pênalti vai ser sempre um detalhe em meio a uma virada de 3×0, com time misto, em casa, com a torcida apoiando, após 40 dias gloriosos de um time mediocre que virou incrível.
As peculiaridades rubro-negras cansam a paixão alheia. Uma delas é, de vez em quando, um apito amigo num lance decisivo. Mas calma lá! Todos tem, contra e a favor. Mas os do Flamengo se destacam.
Talvez por serem maioria. Ou talvez meramente por serem mais incômodos. O erro a favor do Flamengo grita mais alto.
Como a torcida deles, diga-se.
Um time misto, sem perspectiva, meio que “nem aí” pro jogo. Um time que tem num reserva seu capitão. Já viram isso?
Só no Flamengo.
Só que em meio a uma virada de 3×0 e uma disputa de pênaltis incrível, é uma questão de apego irracional focar no lance irregular. Mas é o que resta.
Eu entendo. Juro que entendo. Mas eles não.
Simplesmente porque a vida não lhes permite com a mesma frequência estar do lado de quem assiste o milagre. Rubro-negros estão quase sempre sendo parte dele.
Tem gente que não acredita em milagres. E tem gente que torce pro Flamengo.
Fonte: Blog do Rica Perrone