Como é possível pensar na conquista da Copa do Brasil de 2013 e não lembrar do gol de Elias, aos 43 minutos, contra o Cruzeiro, nas oitavas-de-final da competição? Teria sido aquele o gol do título? Para mim, e para muitos rubro-negros, sim. Mas Elias foi mais. Elias foi a cara do Flamengo que deu certo em 2013, assim como o Carlos Eduardo foi a cara do Flamengo que deu errado no mesmo período.
Elias chegou sob alguma desconfiança, por não estar atuando como titular no seu ex-clube. Mas tratou de colocar qualquer dúvida para escanteio, com um futebol moderno e envolvente, sendo considerado o principal jogador do time. Logo se tornou referência para a torcida. Como toda história de amor, outros fatos apimentaram essa relação. A doença do filho, que acabou por receber uma homenagem das mais emocionantes da torcida no templo do futebol, é um desses fatos. A saída conturbada, para o clube do coração do jogador, é outro.
E é isso. Pelo menos momentaneamente, a história de Elias no Flamengo chegou ao fim. Ele hoje joga pelo Corinthians, ou seja, é adversário. Como adversário, queremos e vamos vencê-lo no próximo domingo. Com todo o respeito que o jogador merece, não podemos esquecer que ele está do outro lado agora. E para piorar, ao lado dele tem um tal de Mano Menezes, que representava a esperança de uma comissão técnica mais duradoura, rompida de maneira inesperada. Esse último, sim, não merece tanto respeito da Nação.
Aí vem aquela dúvida: qual será a reação da Nação no domingo, ao ver o Elias em campo, com a camisa de um rival? A minha já está na cabeça: Indiferença. Pra mim, naquelas horas que estiver no Maracanã, Elias será apenas um jogador do Corinthians. Vaiarei a sua entrada, porque vaio o time adversário quando ele entra no gramado. Vaiarei quando ele tiver a posse de bola, porque a torcida vaia quando não estamos atacando. E ao final do jogo, com a vitória rubro-negra garantida, voltarei pra casa feliz como sempre.
E o Elias? Bem, o Elias que preservo na memória continuará sendo o cara do time da Copa do Brasil do ano passado. E, por conta disso, manterá o espaço que guardo para o reconhecimento de quem honrou o manto. Terá, sempre, todo o meu respeito. Mas quero mais é que o Flamengo vença todos os jogos em que ele estiver como adversário. A começar por domingo.
Fonte: Falando de Flamengo