No lugar de Brasileirão, Brazilian League. Fred, Alexandre Pato e Ronaldinho Gaúcho como garotos-propaganda. Em comum entre eles, o fato de terem sido jogadores repatriados nos últimos anos. A estratégia de venda do principal campeonato do país definitivamente não funcionou. A própria Globo apresentou na terça-feira, em reunião com dirigentes, na sede da emissora em São Paulo, os números de negociação de seus direitos televisivos para o exterior: eles ficaram em torno de US$ 5 milhões (R$ 12 milhões) nesta temporada.
Foi apresentado no encontro um paralelo com a Premier League, mostrando que o faturamento com o Brasileiro seria equivalente a somente 1% do arrecadado por sua ‘concorrente’ no mercado internacional.
O assunto foi um dos discutidos em balanço das contas que contou com a presença de praticamente todos os representantes da Série A. Os catarinenses Chapecoense, Figueirense e Criciúma foram os ausentes.
Em seu discurso, a Globo ‘cobrou’ dos times um investimento maior para trazer craques para os campos nacionais na tentativa de reverter esse cenário de baixa penetração em outros países.
Uma posição que não encontra ressonância entre os dirigentes, sobretudo, de equipe mais modestas, que se mostram contrários à aposta em atletas em fim de carreira e defendem que o futebol brasileiro deveria ser mais explorado como sendo aquele que “mais revela craques” e ainda que “mais exporta”.
Foi citado, inclusive, o nome da revelação do Goiás, Erik, como exemplo nesse sentido.
Ainda foi mencionado como suposto fator complicador para a ‘venda’ da Brazilian League os horários em que as partidas são realizadas. Enquanto a Premier League e a Liga espanhola são acompanhadas por aqui durante o dia, o Brasileirão costuma chegar em outros países de madrugada.
Em anúncio recente de nova tabela detalhada do campeonato, a CBF repassou extraoficialmente a informação de que estava criando um novo dia para rodadas atendendo a solicitação para transmissões internacionais: a terça-feira, às 19h30 (de Brasília). O confronto escolhido foi Bahia e Atlético-MG, de 21 de outubro.
O horário foi alterado posteriormente para as 21h50 do mesmo dia.
Na falta de recursos para manter atletas no país e repatriar nomes ainda no auge de suas carreiras, a análise é de que é preciso ainda mais criatividade para comercializar o campeonato.
Fonte: ESPN