A perseguição ao Cruzeiro pelo título do Brasileiro não tem como motivação apenas a vaga direta na fase de grupos da Libertadores: uma premiação de R$ 9 milhões ao campeão foi comunicada pela Globo aos clubes, nesta terça-feira pela manhã, em sua sede em São Paulo. Não dá para dizer, no entanto, que o anúncio foi totalmente comemorado. Esse é o segundo campeonato seguido em que o valor é ‘congelado’ pela emissora.
Só com o índice da inflação oficial dos últimos 12 meses, acima da meta estipulada pelo governo, esse valor deveria subir para R$ 9,6 milhões.
A briga pelo dinheiro se acirrou recentemente após as derrotas seguidas do time celeste nas últimas rodadas. A diferença para o segundo colocado, o Inter, despencou para seis pontos, enquanto outros como São Paulo e Atlético-MG tentam se aproximar.
Sai dos cofres da Globo e não da CBF o dinheiro para o pagamento do prêmio.
O vice-campeão fatura R$ 6 milhões enquanto que o terceiro colocado, R$ 4 milhões, e o quarto, R$ 3 milhões.
Com exceção dos rebaixados para a Série B, todos os demais clubes têm assegurado a receita. O 16º lugar, por exemplo, recebe R$ 300 mil em uma escala progressiva que teve alterações apenas sutis em relação ao ano passado.
Em sua maioria desde a noite da última segunda-feira em São Paulo, os dirigentes dos times foram cobrados pela Globo a se unirem para poderem se organizar melhor – uma de suas principais demandas, o aumento nas cotas de TV, esbarra exatamente na falta de diálogo nos bastidores. O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, teve convite recente para almoço sobre o assunto no Morumbi praticamente ‘boicotado’ pelas demais equipes.
Nem todos os mandatários puderam estar presentes na reunião.
Na ausência de Paulo Nobre, o Palmeiras esteve representado por seu diretor executivo José Carlos Brunoro. Causou estranheza ainda a ausência de representantes dos catarinenses Figueirense, Criciúma e Chapecoense.
Numa temporada em que os clubes enfrentaram forte dificuldade para encontrar patrocínio para suas camisetas, a premiação do Brasileiro representa uma importante receita. Aliado a outras fontes, o atual campeão Cruzeiro conseguiu com ela se ‘libertar’ em 2013 e deixar para trás a dependência em seu caixa dos direitos de transmissão. O Inter é outro que caminha nesse sentido.
Fonte: ESON