Antes deixada de lado, a Copa do Brasil virou a grande oportunidade para o Flamengo sair da confusão. Não a do Brasileiro, mas outra tão preocupante quanto: a financeira. Passar para as semifinais — se pelo menos empatar com o América-RN, hoje, às 22h, no Maracanã — permitirá ao Rubro-negro fazer dinheiro com o torneio e minimizar o rombo no orçamento.
Em 2013, quando foi campeão, o Flamengo abocanhou, entre bilheteria e premiação, cerca de R$ 16 milhões com a competição. Graças aos ingressos mais caros (só na final, contra o Atlético-PR, o clube cobrou entre R$ 250 e R$ 800), foram R$ 10 milhões líquidos (já descontadas as taxas e os impostos). Os outros R$ 6 milhões vieram em prêmios.
Este ano, por ter estreado nas oitavas (antes, estava na Libertadores), o Flamengo deixou de ganhar R$ 1 milhão em prêmios. Mas já arrecadou R$ 1,3 milhão e pode receber ainda mais R$ 3,8 milhões se for campeão — além da renda com bilheteria, que deve ser alta hoje. Mesmo com ingressos a partir de R$ 60, já foram 27 mil vendidos.
Um reforço no caixa nesta reta final de Copa do Brasil aliviaria a situação financeira. Hoje, o Flamengo vem recorrendo a empréstimos para compensar um rombo de R$ 30 milhões no orçamento, provocado, principalmente, pelo fracasso do time na Libertadores. Eliminado na primeira fase da competição, o Rubro-negro deixou de arrecadar com bilheteria, prêmios e até com o programa de sócio-torcedor, cujo número de adesões despencaram.
Só nas últimas três semanas foram tomados R$ 10 milhões em empréstimos com a Caixa Econômica e com o banco BMG. E o presidente Eduardo Bandeira de Mello já avisou que deve ir ao mercado atrás de mais dinheiro.
— Se o Flamengo quiser resolver todos os seus problemas em dois jogos, não vai conseguir. Mas se o time vencer, for competitivo, estiver na elite do futebol sul-americano, vai ter fluxo de caixa maior. Porque você pode ter R$ 1 milhão em caixa num primeiro momento, mas e mais para frente? — questionou Vanderlei Luxemburgo.
Fonte: Extra Globo