Mesmo sem os jogadores terem cumprido a meta de atingir 50% dos pontos, a diretoria pagou premiação relativa aos dois últimos blocos de quatro jogos no Brasileiro. O objetivo foi motivar o time, que vinha em queda livre na tabela. E o gesto faz parecer que dinheiro não é problema no Flamengo. Ledo engano. Sem receitas suficientes até o fim do ano para fechar as contas, o clube segue contraindo empréstimos. Esta semana, mais um pedido foi aprovado pelo Conselho de Administração, agora de R$ 6,5 milhões.
O empréstimo, que será obtido junto ao banco BMG, vence em abril de 2015 (primeira parcela) e outubro de 2016 — já após o fim do mandato do presidente Eduardo Bandeira de Mello. Como garantia, foram dadas parcelas da receita que virá do acordo com a Adidas.
Com a quantia, o Rubro-negro ultrapassou, só este ano, a cifra dos R$ 50 milhões em captações. Já foram R$ 52 milhões obtidos junto ao Consórcio Maracanã, Caixa Econômica e bancos particulares.
Vale lembrar que o orçamento de 2014 do clube previa que a diretoria poderia ir ao mercado para captar até R$ 63 milhões em empréstimos. Com a dificuldade para obter recursos, a tendência é que, até o fim do ano, o Flamengo busque o restante do dinheiro.
Curiosamente, na mesma reunião em que foi aprovado o novo empréstimo também foi assinada por diferentes grupos políticos a proposta de emenda no estatuto que prevê maior rigor contra gestores que prejudicarem o clube financeiramente. O texto do documento estabelece limites de gastos e penalidades para presidentes que não os cumprirem. Por exemplo: o mandatário que ultrapassar em 10% os gastos previstos no orçamento perderá a liberdade para assinar contratos sem ouvir os conselhos.
A emenda, no entanto, ainda tem que passar pelo Conselho Deliberativo. Ela corre paralelamente à elaboração do novo estatuto, que também irá abordar este tema. Por isso mesmo, já nasceu polêmica.
Fonte: Extra Globo